ETSUS Bahia realiza trabalho em escolas públicas [1]
Uma das atividades previstas no currículo do curso Técnico em Enfermagem da Escola de Formação Técnica em Saúde Professor Jorge Novis (ETTS/BA) é o desenvolvimento de um trabalho com a comunidade. A proposta faz parte da área de conhecimento ‘Educação e Saúde II’ e, dessa vez, sob a coordenação da professora e enfermeira Iracema Santos, a turma escolheu trabalhar com três escolas públicas de ensino médio e fundamental de Salvador: nos dias 1o, 3 e 5 de outubro, a ETSUS esteve presente no Colégio Estadual da Bahia, no Colégio Estadual Fonte Nova e no Colégio Estadual Manuel Novaes.
“Fizemos esse trabalho durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, cujo tema central foi ‘Terra’. Então, decidimos levar a essas escolas alguns esclarecimentos a respeito de questões cotidianas, tentando relacioná-las ao meio ambiente: falamos sobre o descarte de perfuro cortante e coleta seletiva, sobre a evidência de placa bacteriana e sobre a lavagem das mãos. A maneira escolhida para fazer isso foi a dramatização”, explica Iracema.
De acordo com a coordenadora, a turma foi dividida em três grupos, cada um responsável por um tema e por apresentar uma peça teatral. “Esses grupos se revezaram ao longo dos três dias de atividades de forma que, ao fim da semana, todos os temas haviam sido apresentados em todas as escolas”, afirma. Além dos 29 alunos do curso Técnico de Enfermagem, duas ex-alunas do curso Técnico de Higiene Dental decidiram fazer parte do trabalho, devido ao seu interesse pelo surgimento da placa bacteriana.
O planejamento e preparo para as apresentações duraram duas semanas. Nesse período, um professor de teatro foi à Escola três vezes levar noções cênicas aos alunos. Flávia Santos, que ficou no grupo responsável pelo tema ‘O meio ambiente e a evidência de placa bacteriana’, explica como foram essas aulas: “O professor nos ensinou como passar a nossa mensagem ao público da melhor maneira possível. Falou sobre o nosso posicionamento no palco, sobre a importância de mantermos contato visual, e passou exercícios para a voz. Ele também nos ajudou a fazer os roteiros”.
O grupo de Flávia tentou explicar seu tema a partir de analogias com os problemas do meio ambiente. “No nosso caso, procuramos relacionar o meio ambiente e a evidência da placa bacteriana, por meio de comparações entre a saúde bucal e a saúde do planeta. Fizemos, por exemplo, comparações entre entre rios poluídos e dentes sujos. Descobrimos que assim fica mais fácil de os estudantes entenderem. No fim, eles próprios faziam novas colocações e se misturavam aos atores. Eles acabaram montando a peça junto com a gente”, conta.
Já o trabalho sobre lavagem das mãos trouxe a interatividade já no roteiro: “Fizemos uma história sobre uma família que não tinha noções de higiene. Sempre que eles faziam alguma coisa errada, como sentar à mesa sem lavar as mãos, a gente congelava a cena e perguntava aos alunos se aquilo estava certo. Aí eles próprios diziam o que devia ser feito”, explica Cláudia Soares, uma das integrantes do grupo.
Por fim, o grupo que falou sobre ‘O meio ambiente e o descarte de perfuro cortante’ criou uma história baseada em personagens que convivem com esse tipo de material, discutindo a importância da coleta seletiva. Para Moisés da Silva, um dos alunos envolvidos com o tema, essa foi uma forma eficiente de trabalhar. “Mostramos uma diabética que precisava aplicar injeções de insulina e jogava as seringas no lixo comum, um gari que se machucava ao recolher o lixo, um usuário de drogas que reutilizava seringas encontradas na rua. Tentamos explicar as conseqüências negativas que o descarte inadequado traz para os homens e para o meio ambiente. Falamos muito sobre o tempo de decomposição desse tipo de material e sobre os efeitos do acúmulo de lixo no planeta, e os estudantes se interessaram bastante”, diz.
De acordo com Iracema, fazer esse trabalho foi importante para que os alunos da ETSUS vencessem o medo e a timidez. “Eles apresentam muitos trabalhos em grupo, mas é sempre um aluno falando a outro aluno ou a um professor. Agora, foi diferente: eles puderam de fato interagir com gente de fora da Escola. Isso é essencial, porque o que os técnicos fazem é conviver com outras pessoas”, diz. Para Flávia, o mais importante foi perceber o quanto pode ser útil passar adiante os seus conhecimentos. “Participar dessa peça me fez ver que eu tenho capacidade de ensinar aos outros aquilo que é bom para eles, que posso fazer com que as pessoas percebam a importância de elas se cuidarem. Foi muito bom notar que os estudantes realmente aprenderam com o que o nosso grupo apresentou”, reflete.