‘Cultura e lazer, conscientização e mobilização, participação dos ACS e das UBS (unidades básicas de saúde) nos eventos sociais da comunidade’. Foi esse o tema de um dos trabalhos de conclusão do curso Técnico de Agente Comunitário de Saúde, do Centro de Educação Técnico-Profissional na Área da Saúde (CETAS/RO), apresentado no final do ano passado.

A monografia relata, inicialmente, as manifestações culturais e os programas de lazer de Rondônia, mais especificamente de Porto Velho, onde, segundo dizem os alunos, há grande diversidade cultural, culinária e religiosa, devido, por um lado, à forte influência indígena e, por outro, à presença de estrangeiros e brasileiros de outras regiões, que trouxeram costumes diferentes para o local. Segundo Emerson de Carvalho, um dos cinco autores do trabalho, essa pesquisa foi feita em bibliotecas e casas de cultura da cidade, com a orientação de professores da ETSUS.

Emerson conta que o evento mais conhecido de Porto Velho é a festa junina ‘Flor do Maracujá’, que acontece em julho, reunindo quadrilhas, bois-bumbás e comidas típicas. Os índios contribuem com as danças folclóricas e a fabricação, exposição e venda de produtos artesanais, como esculturas em madeira e ‘biojóias’, bijuterias feitas com materiais da natureza. Ele descreve que, além das festas juninas, muito populares entre os rondonianos, há também boa variedade de movimentos religiosos, que convivem lado a lado, sendo bem aceitos pela população. Como opções de lazer cotidianas, o trabalho cita passeios de barco na baía do rio Madeira e encontros no Parque Natural de Porto Velho e no Parque Circuito Dr. José Adelino da Silva.

Cultura e saúde

Após descrever os aspectos culturais de Rondônia e suas alternativas de lazer, a monografia aborda a importância da participação dos ACS do estado no desenvolvimento de atividades com idosos, unindo passeios por pontos turísticos da cidade com palestras educativas sobre alimentação e prevenção de doenças, sobretudo cardíacas.

Emerson explica que os encontros de idosos, promovidos pelos ACS das unidades básicas de saúde (UBS), ocorrem com freqüência em Rondônia. Ele, por exemplo, trabalha no hospital José Adelino da Silva e participa todo mês, com os outros 30 ACS, dos passeios realizados com os cerca de 80 pacientes dessa faixa etária para parques ecológicos e outras áreas de lazer de Porto Velho. “Esse momento de interação com o meio social e os outros pacientes é muito importante para a qualidade de vida do idoso. Nós fazemos brincadeiras, sorteamos brindes. Ele conhece novas pessoas, caminha, se exercita, além de se prevenir contra doenças, pois verificamos sua pressão arterial e o nível de glicose no sangue”, afirma o aluno, lembrando que no Dia Nacional do Idoso, 27 de setembro, há no estado mobilizações maiores, reunindo pacientes de várias regiões.

O ACS esclarece que os temas sobre os quais fala o trabalho – folclore, cultura, saúde dos idosos – foram trabalhados nas aulas na ETSUS durante o curso. “Esse primeiro módulo foi muito bom, pois complementou nossos conhecimentos e nos permitiu aplicá-los na prática, através de um trabalho formal na comunidade com os idosos. Já estamos ansiosos para a segunda etapa”, diz.