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15/06/2016 Versão para impressãoEnviar por email

Aos 70 anos, ESP-MG reafirma sua missão com o SUS

Os 70 anos da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG), comemorados no dia 3 de junho, foram marcados pela emoção. Sob o tema ESP-MG: há 70 anos contribuindo para o fortalecimento da Saúde Pública em Minas Gerais, servidores, gestores, ex-funcionários e convidados confraternizaram, compartilharam histórias e fatos marcantes da instituição. Diretora da escola, Roseni Sena ressaltou que, independente dos momentos desfavoráveis, a ESP-MG manteve-se atuante, reafirmando o seu importante papel na qualificação e formação de mais de 290 mil trabalhadores para os serviços de saúde, além de sanitaristas para todo o país. “Somos uma escola do SUS, para o SUS e pelo SUS”, sublinhou Roseni, ao ser homenageada pelos servidores com uma placa comemorativa que trazia o texto Gaiolas e asas, do escritor Rubem Alves.

Ex-diretora da ESP-MG (1991-1993 | 1995-1996 | 2000-2002), Mariana Tavares lembrou experiências que vivenciou na escola, como os primeiros cursos na área de Saúde Mental, as discussões sobre os planos municipais de saúde, a idealização do Expresso SUS, a primeira formação dos conselheiros de saúde, a organização das conferências de saúde e, ainda, o esforço empreendido na década de 90 para se desenvolver pesquisas. “Sei que cada um que está aqui faria o mesmo que fizemos, pois a ideia dessa escola é inventar futuros melhores, em prol das saúdes individual, pública e coletiva”, finalizou.

 

Sempre atuante

Representando o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde Minas Gerais (Cosems/MG), Beatriz Eugênia Palhares ressaltou que a escola é atuante e pioneira, tendo participado de movimentos importantes na Saúde. “A ESP-MG é essencial para o nosso SUS”, destacou. Coordenador do Núcleo da Defensoria Especializada de Saúde, o defensor público Bruno Barcala Reis aproveitou o momento para falar sobre a parceria bem-sucedida entre a ESP-MG, a Defensoria Pública e o Ministério Público do estado, por meio do Curso de Especialização em Direito Sanitário. A experiência já soma sete turmas. Chefe de Gabinete da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG), Lisandro Carvalho reafirmou o apoio e o compromisso da Secretaria com a escola. “Sem dúvida nenhuma a existência desta escola é essencial para o SUS”, frisou.

No contexto do aniversário, a palestra SUS - Política nacional com gestão descentralizada, repensando capacidades locais em contextos de desigualdades lembrou a saúde como ferramenta de democracia. Ministrada pelo professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisador do Núcleo de Estudos em Gestão e Políticas Públicas da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH/UFMG), José Ângelo Machado, o debate promoveu uma reflexão sobre o cenário da saúde pública mineira e nacional.

O professor, que já foi parte do corpo docente e pesquisador da ESP-MG, destacou que a escola teve um papel importante na saúde e na educação, na época da municipalização autárquica da saúde, bem como no incremento do papel regulador da União e dos estados, especialmente a partir das normas operacionais Básica (NOB/96) e da Assistência à Saúde (Noas) e do Pacto de Gestão. “A autonomia que o SUS proporcionou corrigiu em grande parte distorções em termos de capacidades fiscais locais, especialmente se tratando de Minas Gerais, com seus 853 municípios. Condicionou repasses e responsabilidades estratégicas, seja na atenção primária ou na média e alta complexidade”, observou.

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