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01/09/2006 Versão para impressãoEnviar por email

Educação Profissional em Saúde vira tema de livro

capa do livro

A Escola Técnica de Saúde Pública de Pernambuco (ETESPPE) abriu mais uma turma do Curso Técnico de Higiene Dental. As aulas, que começaram no dia 10 de julho, acontecem na Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP/PE). O curso conta com o apoio do Ministério da Saúde e da Faculdade de Odontologia de Caruaru (FOC/ASCES) e vai formar 80 Técnicos em Higiene Dental (THD) para atuar na atenção básica, atendendo à demanda de 30 municípios das Regionais de Saúde de Recife e Caruaru. A maioria dos alunos desse curso é proveniente do curso de Auxiliar de Consultório Dentário e, por isso, só precisa cumprir mais 1200 horas de aulas, que incluem concentração, dispersão e trabalho de conclusão.

A formação de alunos e professores do ensino técnico em saúde deve ser atrelada às relações sociais. É o que defendem as pesquisadoras Isabel Brasil Pereira e Marise No-gueira Ramos no livro Educação Profissional em Saúde, da coleção Tema sem Saúde, lançado pela Editora Fiocruz durante o Abrascão. “Defendemos um projeto mais organizado de educação profissional em saúde, consolidado nas instituições de ensino, como, por exemplo, o que é feito pelas Escolas Técnicas do SUS”, explica Isabel.

Com a experiência de mais de dez anos de ensino e pesquisa nas áreas de Trabalho, Educação e Saúde, as pesquisadoras Isabel e Marise fazem um estudo crítico das contradições das políticas da educação técnica em saúde e dos currículos da pedagogia das competências. “Tendo como pano de fundo a historicidade, os leitores poderão refletir sobre algumas questões presentes na educação, como a de que a técnica ensinada aos profissionais de saúde deve ser compreendida como parte de um processo social”, diz Isabel. Os leitores vão conhecer também a história da educação profissional em saúde no Brasil, recheada de casos e personagens interessantes.

Para as autoras, a educação profissional ainda tem muitas deficiências, tanto na quantidade de oferta de cursos quanto na qualidade da formação, que freqüentemente é focada apenas na reprodução mecânica dos procedimentos de trabalho. “Desse modo, perdemos o potencial que uma formação ampla e qualificada teria de influir de maneira construtiva nas relações de trabalho e no atendimento à população, assim como na capacidade de pensar o cotidiano mais imediato, mas também o próprio sistema de saúde e o país no qual vivemos e trabalhamos”, afirma Isabel.

A obra ajuda a entender o cenário no qual essas políticas públicas foram criadas e lembra que a saúde não é uma mercadoria, nem um privilégio daqueles que podem pagar por bons planos de saúde, uma realidade no sistema capitalista do nosso país. “Chamamos a atenção para projetos e instituições que fazem um trabalho contra-hegemônico de formação dos trabalhadores da saúde, com ênfase nas particularidades das relações de trabalho e educação na conformação do Estado brasileiro”, conta a autora.

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