A Escola de Saúde Pública do Ceará realizou, com o apoio da Câmara Municipal de Fortaleza, o I Encontro Estadual de Saúde e Violência. Entre 20 e 23 de novembro, houve mesas redondas e debates voltados à toda a comunidade. Segundo o diretor da ETSUS, Mário Mamede, o Encontro pretende abordar a violência como um desafio ligado à saúde pública. “O elevado número de óbitos e os gastos hospitalares derivados dos tratamentos às vítimas nos levam, de fato, a reafirmar nosso entendimento de que o fenômeno da violência deve ser tratado como uma questão de saúde pública”, reflete.

Durante o evento, quase 20 assuntos foram debatidos por profissionais e gestores de saúde, educadores, políticos, advogados e representantes de organizações não governamentais. Dentre esses temas, estavam ‘Álcool e drogas na gênese da violência’, ‘Políticas públicas de saúde: o cotidiano dos profissionais em atividades estressantes’. ‘A saúde do trabalhador da saúde’, ‘Mapeamento da criminalidade na orientação de políticas públicas’, ‘Mulher, violência e saúde pública’ e ‘A violência no cotidiano de Fortaleza’.

Mário Mamede acredita que os debates são importantes para facilitar a análise dos fatores que geram a violência e para que os distintos setores sociais possam encontrar soluções. “As temáticas, abordadas por profissionais de diversas áreas de conhecimento, colocam em evidência que a segurança e as garantias individuais não surgem de maneira espontânea, mas como fruto do consenso coletivo e do investimento público”, diz.

O evento se deu por uma iniciativa do Grupo de Trabalho Saúde e Violência da ESP-CE. O grupo, criado em agosto de 2006, conta com a participação de sociólogos, médicos, militantes de direitos humanos, assistentes sociais e economistas que se reúnem para discutir o impacto da violência na saúde pública.