A Escola Técnica de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Blumenau divulgou pesquisa com professores, supervisores e alunos que participaram do primeiro módulo do curso técnico de Agente Comunitário de Saúde, concluído no final de 2006, atendendo aos 14 municípios da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI). Estiveram envolvidos na formação inicial dos 790 ACS dois coordenadores pedagógicos, três coordenadores técnicos, 26 docentes da parte teórica e 112 que atuaram como supervisores.
As aulas foram divididas em 120 horas de concentração, que aconteceram em 11 municípios, e em 280 de dispersão, quando os alunos foram acompanhados nas unidades de saúde do Programa de Saúde da Família (PSF) ou do Programa de Agente Comunitário de Saúde (PACS), por profissionais qualificados pela ETSUS. O curso segue a proposta de integração entre ensino e serviço e a metodologia da problematização.
A primeira etapa de avaliação do curso realizada pela Escola foi acerca da capacitação técnico-pedagógica dos docentes e supervisores, ocorrida em dois módulos de 44 horas, um antes do início das aulas e outro no seu decorrer. Inicialmente, foi organizada uma dinâmica de grupo na qual os participantes deveriam fazer uma reflexão sobre o processo vivenciado e escolher um objeto que o simbolizasse, com a devida justificativa. Foram citados, por exemplo, o caminhão, por significar mudanças no dia-a-dia, e a lupa, que remete à importância de direcionar o olhar ao outro. Em seguida, todos responderam a questões de satisfação em relação a infra-estrutura, material didático, metodologia, aplicada, experiência de ser professor, carga horária e desempenho dos facilitadores. Na maioria dos itens, o índice de aprovação foi superior a 90%, chegando a 96% no que diz respeito à motivação, didática e liderança dos facilitadores da capacitação e a 100% no quesito material didático, considerado diversificado.
Da avaliação do curso propriamente dito, os primeiros a participar foram os gestores dos municípios em que ocorreram as aulas. Todos aprovaram o desenvolvimento do curso na modalidade ensino-serviço e responderam que, após a formação, os ACS se tornaram trabalhadores mais qualificados e com maior segurança para desenvolver suas funções, e 90% os consideram mais acolhedores e atenciosos com os pacientes. “Eles entendem mais sua função e passam a dar mais atenção às problemáticas da comunidade”, respondeu um dos gestores. Uma sugestão apresentada por eles foi a de que os eixos temáticos deveriam ser aprofundados nos momentos presenciais.
Sessenta e oito professores e supervisores confirmaram o resultado da pesquisa, ao ratificar a idéia de que os ACS formados melhoraram seu trabalho em equipe e sua integração com as famílias da comunidade. A divisão do curso em momentos de concentração e dispersão e a carga horária definida para cada um também foram aprovadas com grande porcentagem. “É importante que os ACS associem a teoria com a prática para assimilarem as experiências e os temas abordados”, opina um docente.
Por fim, 608 alunos responderam ao questionário de avaliação do curso. Os professores e o material didático tiveram índice de aprovação de quase 100%, assim como a metodologia aplicada, com destaque para as atividades em grupo desenvolvidas nas aulas, como a confecção de cartazes e maquetes, e as dramatizações e dinâmicas. Noventa por cento dos ACS consideram a infra-estrutura suficiente e estimulante ao aprendizado.
Segundo Kátia Brasil, uma das coordenadoras técnicas do curso, a pesquisa, que contou com o envolvimento efetivo dos professores e gestores municipais, possibilitou confirmar que os objetivos propostos foram atingidos. “O sucesso se deve ao fato de termos feito um projeto-piloto, com duas turmas em Blumenau, antes de iniciarmos as aulas em todos os municípios”, conta. Em junho, mais cinco turmas do curso começaram para atender a 120 alunos novos de Blumenau, Timbó, Gaspar e Brusque. “Pretendemos divulgar os resultados em todos municípios, continuar a observar se a transformação do serviço está acontecendo e atualizar o material a partir das sugestões apresentadas”, acrescenta a coordenadora.
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