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01/10/2004 Versão para impressãoEnviar por email

ETSUS do Rio de Janeiro completa 15 anos de trabalho pela Saúde Pública

Cursos descentralizados e integração com a comunidade marcam a história da Escola

Uma jovem experiente. Essa é a melhor definição para a Escola de Formação Técnica Enfermeira Izabel dos Santos (ETIS), do Rio de Janeiro, que comemora, no dia 1º de novembro, 15 anos de trabalho e contribuição para o Sistema Único de Saúde. Na festa de aniversário, além da já tradicional Feira de Saúde, haverá o lançamento de um livro que contará a trajetória da Escola e a inauguração da biblioteca e da videoteca. Um retrato da Escola debutante de hoje mostra que há mesmo muito a comemorar: são 48 convênios com diferentes instituições, 460 professores e 4 mil alunos estudando atualmente em todo o estado.

Nascida em 1989, junto com a Reforma Sanitária Brasileira, a Escola ganhou o nome de Izabel dos Santos, em homenagem à professora que identificou a importância da qualificação do profissional técnico na saúde. A ETIS sempre trabalhou com cursos descentralizados, propondo-se a levar a formação até os trabalhadores do SUS. “A Escola surge buscando discutir uma nova forma de se fazer educação para adulto e começa a desenvolver cursos em vários municípios”, explica a diretora-geral da ETSUS, Sonia Maria Alves. Os primeiros cursos foram os de auxiliar de enfermagem, técnicos de administração, radiologia e citologia. Desde o começo, a sede, na capital, funciona como escola-função, que elabora currículos, capacita o corpo docente e fiscaliza o andamento de todas as turmas descentralizadas.

Buscando incluir em seus quadros professores bem preparados, a Escola sempre foi responsável pela elaboração do material didático usado em seus cursos. O primeiro método de ensino adotado pela ETIS tinha o objetivo de suprir as necessidades do aluno-trabalhador. “Optamos por trabalharcom a educação crítica, que é um método no qual o aluno recebe a formação técnica e a visão cidadã”, diz Sonia. Na sua primeira inovação curricular, a Escola trabalhou com o currículo correlacionado; no ano 2000, apostou no currículo integrado.

Para o próximo ano, a Izabel dos Santos quer criar o pós-médio, atendendo, segundo Sonia, a uma necessidade do mercado de trabalho que procura um profissional mais especializado. “As principais demandas estão nas áreas de enfermagem, saúdedo trabalhador, UTI neonatal e nefrologia”, explica.

A ETIS também está envolvida com a articulação política regional, participando dos cinco pólos de educação permanente do estado. “A participação nos pólos só enriquece e fortalece as Escolas Técnicas. Nos pólos, além de se fazer conhecida por todos que integram o SUS, a Escola pode discutir formas de melhorar a educação permanente na saúde. Nesse momento, é importante que todos os atores participem da discussão, principalmente as ETSUS, responsáveis pela formação de um grande contingente de profissionais na saúde”, opina Sonia.

Além do desenvolvimento de novos cursos, como o de técnico em agente comunitário de saúde e técnico em biodiagnóstico, a Escola de Formação Técnica Enfermeira Izabel dos Santos quer atender comunidades carentes do Rio de Janeiro, como a da Cidade de Deus, onde uma Organização Não-Governamental (ONG) detectou, entre jovens mães solteiras, uma demanda por cursos nas áreas de enfermagem e saúde bucal. Em parceria com a ONG, a ETIS pretende fornecer os cursos pedidos no Hospital Rafael de Paula Souza, em Curicica. “Partindo do princípio de que o profissional técnico da saúde deve compreender as diretrizes do SUS para melhor atender à comunidade, a ETIS quer continuar contribuindo para uma formação em saúde de qualidade”, afirma Sonia. Já é hora de começar os próximos 15 anos.

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