O 59º Congresso Brasileiro de Enfermagem, realizado em Brasília entre 3 e 7 de dezembro, contou com a participação de uma ETSUS: o Centro Formador de Recursos Humanos Caetano Munhoz da Rocha (PR). A coordenadora pedagógica da Escola, Sandra Anesi, fez parte de uma roda de conversa no dia 4, falando sobre ‘Formação de Agentes Comunitários de Saúde’. De acordo com ela, hoje há 11.425 ACS credenciados no estado. Desde junho de 2007, a Escola qualificou 609 docentes e formou mais de 9.000 desses profissionais, ou seja, cerca de 80% do total, atingindo 86% dos municípios.
Sandra apresentou as diretrizes técnico-pedagógicas da Escola, falou sobre a estrutura curricular do curso e fez uma avaliação da formação dos ACS no estado. “É importante mostrar o quanto nós temos conseguido produzir. Somos uma Escola que, apesar de antiga, é bem pequena e conta com poucos professores. No entanto, com organização e método, conseguimos formar quase 100% dos agentes do Paraná. Durante a roda de conversa, pude explicar os princípios que fazem com que as ETSUS dêem certo, como o ensino descentralizado e a metodologia da problematização. Participar do Congresso foi mais um tijolo na consolidação da RET-SUS: precisamos mostrar que o ensino técnico em saúde, apesar de não aparecer tanto na mídia, é muito importante. Somos silenciosos, mas fazemos muito”, diz.
De acordo com ela, a metodologia é um dos fatores mais importantes para o sucesso dos cursos, por ser a mais adequada à educação de adultos. A aprendizagem começa com a observação da realidade, a partir de um tema de estudo. Em seguida, os alunos identificam as dificuldades e carências, que devem ser problematizadas. É feita uma reflexão a respeito dos problemas até que se perceba que eles são complexos e necessitam de um estudo mais profundo. A partir daí, os alunos elaboram pontos essenciais a serem estudados e partem para a investigação, buscando informações dentro de cada ponto anteriormente elaborado. Por fim, a análise dessas informações leva à elaboração de soluções, que devem ser aplicadas à realidade. “Essa pedagogia proporciona uma reflexão sobre a realidade pessoal e integra o ensino e o serviço. Como o aprendizado parte da realidade do aluno, ele sente que o estudo tem finalidade prática, um retorno rápido. Para os adultos, é importante que haja esse reconhecimento da importância do estudo, porque, desse modo, não falta motivação”, analisa Sandra.
Para a coordenadora, um dos maiores benefícios do curso técnico para os ACS é a construção de uma identidade profissional. “Todo trabalhador deve sentir que pertence a um grupo, que faz a diferença. E os ACS fazem a diferença, dentro dos limites de suas ações. O curso os ajuda a ver isso”, diz.
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