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01/11/2004 Versão para impressãoEnviar por email

Mostra de Saúde da Família no Ceará

Escola de Saúde Pública comemora uma década do PSF

A Escola de Saúde Pública do Ceará promoveu, nos dias 3 e 4 de novembro deste ano, um evento que reuniu a ‘I Mostra de Saúde da Família’ e o ‘II Seminário Internacional em Saúde da Família’. Com a participação de cerca de 700 pessoas, o encontro comemorou os dez anos do PSF no Ceará, com apresentação de vídeo, mesas-redondas, oficinas de trabalho e relatos de experiências.

A trajetória do Ceará representa um marco para a história do Saúde da Família no Brasil. Lá começou, há uma década, um trabalho que inspirou o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e, por conseqüência, o PSF, que hoje é considerado a principal estratégia de organização da atenção básica no país.

Nesse tempo, o PSF ganhou todo o território nacional, mas até hoje o Ceará mantém algumas especificidades. Lá, por exemplo, os ACS são pagos pelo governo estadual e não pelo município. O Ceará foi também o estado que criou o curso de tecnólogo, de nível superior, para esses profissionais.

Márcia Valéria Morosini, que representou a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio no evento, destaca a grande participação dos serviços apresentando suas experiências. “O que me impressionou foi ver o quanto os profissionais dos serviços estão refletindo sobre a sua prática”, diz.

Apesar do foco na celebração local, o evento não ficou restrito aos limites do Ceará e teve, inclusive, participação internacional. Uma das mesas-redondas do encontro apresentou a experiência de Saúde da Família em Cuba, Chile, El Salvador e Brasil. "Percebemos o quanto o Saúde da Família é estruturante da atenção primária e o quanto a atenção primária é importante para a organização do sistema de saúde desses países", comenta Márcia. E completa: "Tanto nessas falas quanto nas experiências apresentadas ao longo do evento, ficou claro que a base da atenção básica não são as tecnologias duras — para usar uma classificação do Emerson Mehry —, mas sim a força de trabalho em saúde. E o trabalhador de nível médio, principalmente o ACS, é fundamental para o sucesso do PSF. Esse é o principal desafio imposto às instituições formadoras e às ETSUS em particular".

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