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01/12/2004 Versão para impressãoEnviar por email

Professora do Cefope de Natal ganha Prêmio Rosália Moura

Professora do Cefope de Natal ganha Prêmio Rosália Moura

O desafio de transformar a prática educativa é cotidianamente assumido por todas as Escolas Técnicas do SUS. Mas, este ano, essa expressão pedagógica se tornou motor e subtítulo de uma experiência que rendeu o Prêmio Rosália Moura ao Centro Formador de Natal, Rio Grande do Norte.

Tudo começou em outubro de 2003, quando a professora Lêda Maria Hansen assumiu uma turma de atualização de auxiliares de consultório dentário (ACD). O objetivo era capacitar 30 alunos para que eles desenvolvessem ações de educação em saúde bucal. Mas, em poucas 32 horas, distribuídas em quatro dias de curso, eles conseguiram muito mais do que isso. “Acho que os participantes trilharam seus primeiros passos para ampliar o conceito de prevenção para além da instrução sobre autocuidado bucal, aplicações tópicas de flúor e proibição do consumo de açúcar pelos indivíduos”, diz ela, no texto que relata a experiência. Pouco mais de um ano depois, numa cerimônia que aconteceu durante o 2º Seminário de Educação Profissional do Cefope, seu relato ficou em primeiro lugar na premiação promovida pelo Observatório de Recursos Humanos em Saúde do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (Nesc) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Essa foi a segunda edição do concurso, que busca identificar, no estado, experiências inovadoras na área de recursos humanos. O prêmio, financiado pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas), foi um computador e uma impressora.

A base da experiência de Lêda é a crença de que a prática docente é um elemento decisivo para uma educação cidadã, que busque formar cidadãos “críticos, criativos e exploradores” e não apenas reprodutores do conhecimento produzido por outros. Para isso, na turma de ACD, ela adotou metodologia de ‘projetos de trabalho’, entendida como uma estratégia que conecta a escola com o mundo exterior e entende o aluno como responsável pela sua própria aprendizagem. “O trabalho didático tomou como ponto de partida a reflexão sobre as práticas e experiências já construídas pelo grupo, buscando direcionar o eu foco para a construção do conhecimento através da aprendizagem significativa”, explica. Segundo ela, ao longo do processo os alunos foram assumindo cada vez mais uma postura de pesquisa, fazendo investigações, análises, formulando e argumentando. “A experiência mostrou que é possível transformar a prática educativa. Mas essa transformação pressupõe que o professor abandone a tradicional passividade, assuma uma postura crítica e desenvolva uma nova relação com o conhecimento, estudando, teorizando a sua prática e reconhecendo o espaço da sala de aula como fonte fundamental de pesquisa. E, acima de tudo, tenha clareza do tipo de sociedade, de escola e de pessoa que ele pretende ajudar a formar”, conclui Lêda. O relato completo da experiência está disponível no endereço www.observatorio.nesc.ufrn.br/ artigoRelato.php?codigo=208.

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