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01/06/2006 Versão para impressãoEnviar por email

Seminário sobre educação escolar no Brasil reúne intelectuais na EPSJV

Nos dias 3, 4 e 5 de maio, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, do Rio de janeiro, realizou o Seminário Fundamentos da Educação Escolar do Brasil Contemporâneo. O evento, promovido pelo Laboratório de Trabalho e Educação Profissional em Saúde, que abriga a Estação Observatório de Técnico em Saúde, da Rede ROREHS, faz parte das comemorações dos 20 anos da Escola. O objetivo principal do seminário era subsidiar a definição de diretrizes político-pedagógicas para a prática docente e de pesquisa da Escola, visando principalmente a organização do curso de Pós-Graduação em Educação Profissional em Saúde.

As palestras foram baseadas em artigos produzidos “por encomenda”, especificamente para o evento, e resumidos num livro homônimo do Seminário. Cada Escola Técnica do SUS recebeu três exemplares da publicação.

Os autores e palestrantes eram intelectuais de renome nacional e internacional. No dia 3, o tema ‘Sobre as Relações Sociais Capitalistas’ foi discutido pela socióloga Miriam Limoeiro, já o filósofo Roberto Romano falou a partir do seu artigo ‘Papel Amassado: a perene recusa da soberania ao povo brasileiro’. No dia 4, a economista Leda Paulani palestrou sobre ‘O Projeto Neoliberal para a Sociedade Brasileira: sua dinâmica e seus impasses’ e Márcio Pochmann, também economista, sobre ‘A Economia Brasileira Hoje: seus principais problemas’. O filósofo Carlos Nelson Coutinho teve seu depoimento, a partir do texto ‘O Estado Brasileiro: gênese, crise, alternativas’, exibido no telão, e a historiadora Virgínia Fontes falou ao público sobre ‘A Sociedade Civil no Brasil Contemporâneo: lutas sociais e luta teórica na década de 1980’. No último dia do seminário, os filósofos e educadores Gaudêncio Frigotto e Antônio Joaquim Severino falaram, respectivamente, sobre os ‘Fundamentos Científicos e Técnicos da Relação Trabalho e Educação’ e dos ‘Fundamentos Ético-Políticos da Educação’ no Brasil de hoje.

Uns dos principais pontos de convergência no pensamento desses estudiosos foi a crítica ao neo-liberalismo e à sua influência sobre os diversos setores da sociedade brasileira, inclusive à educação. Segundo os coordenadores do evento, Lúcia Neves e Júlio Lima, no seminário foram traçadas diretrizes técnicas e ético-políticas da educação escolar dos trabalhadores brasileiros a partir das constatações de que “a implementação do neoliberalismo acarretaria, além de uma dependência externa, a grave crise do emprego, a desestruturação do mercado de trabalho e o processo de desassalariamento”.
Ainda de acordo com os pesquisadores, a importância de uma educação escolar emancipatória foi dada como determinante na construção de uma sociedade menos desigual. Nesse sentido, o conhecimento científico, técnico e tecnológico foi defendido como uma necessidade humana e um caminho para mudanças sociais.

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