A Escola Técnica de Saúde do Centro de Ensino Médio e Fundamental da Unimontes (MG) começou, em maio e abril, 28 turmas do primeiro módulo do curso Técnico em Agente Comunitário de Saúde. Ao todo, são 786 alunos distribuídos em 13 núcleos.
Segundo a coordenadora pedagógica do curso, Simária Soares, essa é a quarta fase de execução do primeiro módulo pela Escola, que se comprometeu, em 2005, a formar os agentes comunitários de saúde (ACS) do leste-baixo Jequitinhonha, centro-oeste e norte de Minas Gerais. “Com isso, todos os 4.118 ACS que deveríamos formar irão terminar o primeiro módulo”, comemora. Mas, de acordo com ela, isso não significa que a Escola vai conseguir formar todos os agentes da região. “Esse era o número de ACS que havia na época em que fechamos o projeto com o Ministério da Saúde. Mas, desde então, aumentou significativamente o número de agentes nos municípios, enquanto o número-limite que o projeto previa não pôde ser alterado. Assim, muitos continuam sem formação”, lamenta.
A coordenadora geral, Janete de Sousa, estima que, hoje, cerca de 1.500 ACS da região não tenham feito o curso. “Só em Montes Claros, o número passou de 145 agentes em 2005 para mais de 300 em 2008. Isso significa que 155 ACS do município, que estavam fora da conta inicial, não conseguiram fazer o curso”, explica. Simária conta que, para conseguir completar a formação dos agentes, será necessário pedir ao Ministério da Saúde um aditivo de tempo e despesas. “Esperamos que isso seja logo resolvido”, diz.
Para dar conta dos quase 800 alunos que serão formados nessa etapa, a Escola realizou duas oficinas de capacitação pedagógica: uma em Teófilo Otoni, com os profissionais que atuarão nos núcleos descentralizados, e outra em Montes Claros. Ao todo, foram qualificados 250 profissionais – enfermeiros, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, farmacêuticos e dentistas - para atuarem como docentes, coordenadores locais e auxiliares administrativos.
Além de apresentar o funcionamento da Escola, as oficinas tiveram um outro objetivo. Segundo Janete, os encontros também foram usados para que os coordenadores regionais explicaram o funcionamento do curso em cada município. “Eles se encarregaram de mostrar como as atividades práticas e teóricas vêm sendo desenvolvidas e com que propósitos. Queríamos mostrar a importância dessas atividades para os agentes comunitários e para a comunidade em geral”. Para a coordenadora de São João da Ponte, Renata Mendes, o maior benefício relatado pelos alunos é o desenvolvimento de um olhar crítico sobre os assuntos. “Depois de formados, eles se baseiam em conhecimentos técnicos e científicos para desenvolverem suas atividades. Não estão mais ‘treinados’, e sim capacitados para fazer seu trabalho. Isso faz com que se sintam mais motivados a trabalhar”, afirmou a coordenadora, durante a capacitação pedagógica.
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