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escola em foco
Foco no Profaps, em prol do SUS

Escola do Ceará forma técnicos em Análises Clínicas, Citopatologia, Hemoterapia e Radiologia, com vistas a fortalecer o sistema de saúde.

Ana Paula Evangelista

 

A formatura das primeiras turmas de áreas prioritárias do Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde (Profaps) do Ministério da Saúde (MS) marcou o dia 27 de junho da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), hoje, com 21 anos de criação. Os cursos técnicos em Análises Clínicas, Citopatologia, Hemoterapia e Radiologia, iniciados em 12 de novembro de 2011, envolveram 88 trabalhadores do SUS, indicados pelos gestores das unidades de Saúde as quais estavam vinculados, em uma cerimônia que comemorou o esforço da ESP-CE na preparação dos docentes, o apoio do MS e do Conselho Estadual de Educação — a quem coube autorizar as formações — e a participação de especialistas, vinculados à Secretaria de Saúde do Estado do Ceará. “As expectativas eram grandes, pois a escola tinha o desafio de ofertar quatro novos cursos, extremamente complexos”, recordou a diretora de Educação Profissional (Dieps), Ondina Canuto.

Os cursos foram construídos sob as perspectivas das políticas Nacional e Estadual de Educação Permanente em Saúde, buscando transformar e qualificar as práticas de saúde por meio da formação e do desenvolvimento dos trabalhadores. O objetivo principal foi formar profissionais técnicos, envolvidos com o compromisso social e a ética profissional, a fim de contribuir com a excelência da atenção à saúde e a melhoria da qualidade de vida da população cearense. “Esse é um momento de enriquecimento pessoal e da sociedade, que, hoje, recebe profissionais formados com qualidade. Reconhecemos os esforços que cada um fez para estar aqui”, observou a superintende da ESP-CE, Ivana Barreto.

Para a aluna do curso Técnico em Citopatologia Maria de Fátima Ferreira, funcionária do Instituto de Prevenção do Câncer, a formação representou oportunidade de adquirir novos conhecimentos e traçar novos objetivos. “Vivenciei experiências inéditas no laboratório da escola. Posso dizer que fui vitoriosa ao enfrentar um mundo novo que a Citopatologia me apresentou”, resumiu.

Ensino em serviço

Cada curso teve duração de 1.800 horas, a exceção do Técnico em Radiologia, com 1.900 horas. As aulas da formação técnica em Hemoterapia foram realizadas no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) e as dos demais técnicos, na Diretoria de Educação Profissional em Saúde da ESP-CE. Foram formadas duas turmas de 18 e 22 alunos, respectivamente, do Técnico em Análises Clínicas e três turmas de Citopatologia (16 alunos), Hemoterapia (15 alunos) e Radiologia (17 alunos).

Pautada pela diretriz da integração ensino-serviço, durante o processo de formação, a ESP-CE buscou discutir os temas das políticas do SUS, com destaque para a Política de Humanização, bem como da ética e legislação, biossegurança, segurança no trabalho, autocuidado e suporte básico de vida. Para tanto, contou com as parcerias dos laboratórios de análise da Rede Hospitalar da Secretaria de Saúde do Estado, do Instituto de Prevenção do Câncer, do Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemoce) e dos hospitais com serviços de radiodiagnóstico, a exemplo do Hospital Geral e Hospital da Mulher de Fortaleza, do Ceará. Universidades Públicas e privadas foram, também, coadjuvantes desse processo, buscando oportunizar novas aprendizagens.

De acordo com Ondina, a missão da escola não é apenas formar profissionais com excelência técnica, mas garantir, em todo o processo de aprendizagem, valores que resultem em profissionais comprometidos com o SUS e seus usuários e com capacidade de trabalhar em equipe e compreender o processo de trabalho para além do fazer específico. “Entendemos que formar profissionais para o SUS significa reconhecer que, além de alunos, são todos trabalhadores do SUS com uma bagagem de conhecimentos e que é pelo e para o trabalho que se desenvolvem as competências necessárias”, resumiu.

Alguns desafios, porém, foram observados nessa trajetória, entre eles a liberação dos alunos pelos gestores, o campo restrito de estágio, face às especificidades de cada curso, o número reduzido de profissionais especialistas para atuarem como professores e a desmotivação dos alunos quanto à ascensão profissional, uma vez que esta não é garantida pela formação. “Em contrapartida, instituições públicas de saúde passam a ter a oportunidade de melhorar a qualidade dos serviços e o apoio ao diagnóstico”, ponderou Ondina.

Maior idade completa

Contribuir para a formação de profissionais ligados à área da Saúde, tanto dos níveis superior quanto médio, por meio de ações desenvolvidas nos 184 municípios cearenses. Este é o foco da ESP-CE, com 21 anos completados em 22 de julho.  Pela escola, já passaram em torno de 93 mil alunos.

Atualmente, a ESP-CE abriga não somente a Diretoria de Educação Profissional em Saúde (Dieps) — responsável pelos cursos técnicos em Análises Clínicas, Citopatologia, Hemoterapia, Radiologia, Saúde Bucal, Prótese Dentária, Enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde, além de especializações, atualizações e aperfeiçoamentos de nível médio —, mas também o Centro de Desenvolvimento Educacional em Saúde, o Centro de Extensão em Saúde e a Diretoria de Pós-Graduação em Saúde, a quem estão vinculados os centros de Educação Permanente em Atenção à Saúde, Gestão em Saúde, Vigilância da Saúde e Residências em Saúde. A escola conta, ainda, com o Centro de Investigação Científica (Cenic), responsável pelas elaboração, execução e acompanhamento de pesquisas no âmbito do SUS, coordenação do Comitê de Ética e publicação do periódico Cadernos ESP — importante instrumento de difusão de conhecimento no Ceará.  Nesse sentido, reafirma-se como instituição de referência na formação e educação permanente, por meio de práticas inovadoras de ensino, pesquisa, extensão e produção tecnológica na área da Saúde.

Na avaliação de Ondina, a ESP-CE tornou-se peça fundamental para o SUS cearense, uma vez que suas atividades proporcionam maior acesso à formação, à capacitação e ao desenvolvimento das habilidades e competências dos profissionais de saúde que atuam no sistema.
 

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