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Caminhos exitosos da produção científica

BVS-EPS reúne bibliotecários e representantes das ETSUS em busca da qualificação da divulgação e da disseminação do conhecimento.

Ana Paula Evangelista


Qualificar a divulgação e a disseminação da produção científica do campo da Educação Profissional em Saúde. Esse foi o objetivo da 4ª Reunião dos Comitês Consultivo e Executivo da Biblioteca Virtual da Educação Profissional em Saúde (BVS-EPS), promovida pela Secretaria Executiva da biblioteca — sediada na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) —, no Rio de Janeiro, nos dias 25 e 26 de setembro, reunindo bibliotecários e representantes das escolas técnicas do SUS (ETSUS). Vale citar que a BVS-EPS é um projeto de construção coletiva de âmbito nacional, coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio do Centro Latino Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), orientado por um Comitê Consultivo nacional, sob a liderança da EPSJV e do Instituto de Comunicação, Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), ambas unidades da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O encontro, iniciado pela mesa redonda Desafios e perspectivas para a BVS, contou com a participação de José Luiz Antunes, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Fátima Martins, coordenadora das bibliotecas da Fiocruz, Aldiney Doreto, coordenador-geral de Ações Técnicas em Educação na Saúde do Departamento de Gestão da Educação na Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (Deges/Sgtes/MS) e da Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS), e Cristiane Andrade, coordenadora da BVS-EPS.  “Ouvir os comitês é muito importante, pois eles nos dão pistas para pensarmos o campo da Educação Profissional em Saúde e suas temáticas”, observou Cristiane.

Em sua avaliação, a reunião foi bastante oportuna, pois permitiu traçar os planos de trabalho de cada integrante dos comitês, bem como da biblioteca virtual, e discutir a inserção de materiais e documentos na base da BVS-EPS, com vista a ampliar a divulgação de produções científicas e didáticas da EPS. Segundo Cristiane, pactuar o plano de trabalho contribui para o fortalecimento do trabalho em rede de divulgação do conhecimento. “Foi bastante interessante conhecer a realidade das escolas técnicas, para que possamos ir à busca de melhorias das condições de trabalho nas bibliotecas”, revelou.

Durante os dois dias do evento, os participantes refletiram sobre a pertinência das áreas temáticas — Trabalho e Educação; Trabalho e Saúde; Educação e Saúde; e Gestão em Saúde — e revisaram a matriz de responsabilidades da biblioteca virtual. Eles foram, ainda, contemplados com a apresentação de um tutorial da BVS-EPS — recurso educativo desenvolvido em parceria com o Icict —, mostrando ao usuário como navegar pelo ambiente, as ferramentas, os tipos de pesquisa e todas as outras funções que a biblioteca virtual oferece. Cristiane lembra que o objetivo da biblioteca é promover a operação cooperativa e descentralizada da rede de fontes de informação científica e técnica em EPS, visando proporcionar o acesso equitativo e estimular o uso da informação científica e técnica atualizada e relevante relacionadas ao campo no país. Outro objetivo, acrescenta, é integrar as fontes de informação, definindo critérios de seleção, análise e disseminação da informação científica e técnica relevante, articulando instituições envolvidas com o tema.

Papel norteador

Coube à Doreto tratar da formação da RET-SUS e do papel das escolas técnicas do SUS (ETSUS) como instâncias formadoras criadas para dar respostas às necessidades de preparação de pessoal dos níveis básico e técnico para o setor saúde. De acordo com ele, a RET-SUS tem a missão de nortear políticas públicas de formação de pessoal de nível médio para a saúde, ordenar a formação de trabalhadores da EPS, evidenciar cenários e contextos que subsidiem a construção dessa política, dar visibilidade ao tema e realizar leitura crítica dos instrumentos de ordenação da política de EPS. “O técnico em radioterapia necessita de um ano de formação, e essa é uma área que carece de profissional”, exemplificou ao falar sobre o papel de evidenciar cenários e contextos que subsidiem a construção da política de EPS.

Doreto citou, também, o papel que as ETSUS têm de incluir trabalhadores nos processos educativos de forma ordenada e sistemática, além de certificar o trabalhador no campo educacional e laboral e fortalecer o potencial da RET-SUS como instâncias certificadoras da EPS. “Nós temos várias instituições competentes parcerias que promovem formações técnicas, mas que não têm autorização de certificação”, frisou, dando como exemplo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), no Rio.

Ele tratou das características pedagógicas que diferenciam as ETSUS das demais escolas profissionalizantes. “Nossas escolas buscam privilegiar o eixo metodológico prática-reflexão-prática, desenvolver estratégia pedagógicas problematizadoras e metodologias educativas inovadoras que favoreçam a inclusão e a permanência de trabalhadores em processos educativos”, citou, lembrando que a Rede tem lançado mão da Educação a Distância (EaD) e da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), para que possa alcançar um número maior de alunos com a mesma eficiência e eficácia dos cursos presenciais (ver matéria de capa). Segundo Doreto, ainda do ponto de vista pedagógico, as ETSUS buscam oferecer aos profissionais dos serviços uma formação docente que considere o espaço de trabalho não só como lócus assistencial, mas como local de aprendizagem, validar metodologias de avaliação dos alunos e dos serviços, desenvolver metodologias de EaD, possibilitar a execução curricular descentralizada e identificar os princípios e diretrizes do SUS como norteadores dos planos dos cursos.

Quanto ao campo da informação, ele informou que as ETSUS buscam construir bancos de dados que possam identificar demandas e oferta, alimentar de forma sistemática essa fonte de dados, programar fóruns de discussão e organizar informações sobre a escolaridade dos trabalhadores, para estabelecer estratégias de articulação com a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Já, do ponto de vista da gestão, as escolas têm como objetivos agilizar os processos administrativos, conhecer o processo de gestão e o fluxo dos recursos financeiros destinados à educação em saúde, centralizar toda a escrituração escolar e identificar a base legal que sustenta a estrutura e o funcionamento dos serviços de saúde e de educação.
 

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