revista ret-sus . seções . trajetórias

Versão para impressãoEnviar por email

trajetórias
Os percursos do trabalho e da educação em saúde

Profissionais do SUS retratam experiências e resultados de estudos no campo da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.

Ana Paula Evangelista
 

As trilhas e os desafios da gestão do trabalho e da educação na saúde dá título ao livro organizado por Janete Lima de Castro, Rosana Lúcia Alves de Vilar e Nathalia Hanany de Oliveira. Trata-se de textos sobre trabalho e educação no contexto da saúde pública, marcando a retomada das atividades do Observatório de Recursos Humanos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), interrompidas em 2009. Fruto de parceria com o Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde (Degerts), da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (Sgtes) do Ministério da Saúde, e publicado pela Editora Una, o livro — disponível na versão digital (https://drive.google.com/open?id=0B6t56Qr5LL4hTDcyRnFsOWxoZ3M)

— conduz aos caminhos da negociação permanente do trabalho em saúde, das discussões sobre saúde do trabalhador e do perfil do atual gestor da atenção básica, bem como à reflexão sobre a formação dos gestores no campo da saúde.

Em suma, os autores — profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) — retratam suas experiências e resultados de estudos no campo da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, buscando contribuir na capacitação dos trabalhadores do sistema. “É um livro para aqueles que insistem em trabalhar e produzir no espaço da gestão em saúde, ou seja, em um conjunto de atividades complexas voltadas para a qualificação e a valorização da força de trabalho”, definiu a doutora em educação Janete Lima de Castro, que é professora do Departamento de Saúde Coletiva e coordenadora do Observatório de RH da UFRN.

Em partes

No primeiro capítulo A incorporação das dimensões de gênero e de raça nos processos de negociação do Sistema Único de Saúde: notas, reflexões e tendências, as autoras Maraisa de Fátima Almeida e Rosana Lúcia Alves de Vilar discutem a inclusão das dimensões de gênero e de raça nos processos de negociação do SUS, elegendo como cenário de investigação a Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS. O texto é fruto do trabalho de conclusão da Especialização em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde da UFRN, elaborado por Maraisa, sob a orientação de Rosana.

Por sua vez, os dois capítulos seguintes — Negociação do trabalho em saúde na gestão pública municipal e A Negociação coletiva: um estudo sobre as mesas de negociação do trabalho nos serviços de saúde no Brasil — fazem uma análise sobre a atuação das mesas de Negociação do Trabalho nos âmbitos municipal e nacional. O capítulo dois é resultado do trabalho de conclusão do Curso de Graduação de Gestão em Sistemas e Serviços de Saúde, elaborado por Andriério Lopes Pereira Sobrinho e Nathalia Hanany Silva de Oliveira, com a participação da professora Lenina Lopes e sob a orientação de Janete de Castro. Os autores sublinham o significado de negociação coletiva, tomando como base a Convenção 154 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), adotada em 19 de junho de 1981, em Genebra. Já o terceiro capítulo, de Janete de Castro, Lenina Lopes Soares e Jorge Luiz Castro, busca discutir a negociação coletiva do trabalho, identificando a situação de funcionamento das mesas de Negociação do Trabalho das secretarias de Saúde das regiões Nordeste e Sul do Brasil.

Condições de trabalho dos auxiliares de serviços gerais na perspectiva do Trabalho Decente dá título ao quarto capítulo do livro, que tem como autoras Anicélia Cristina de Oliveira, Daiany Oliveira Pitombeira e Janete de Castro. Fruto do trabalho de conclusão do Curso de Graduação de Gestão em Sistemas e Serviços de Saúde da UFRN, do qual Anicélia e Daiany foram alunas, sob a orientação de Janete, o texto busca investigar, à luz da Agenda Nacional de Trabalho Decente da OIT, as condições do trabalho dos auxiliares de serviços gerais de um Hospital Regional do SUS.

O capítulo cinco Avanços e desafios da saúde do trabalhador no Brasil, de Tatiana de Medeiros Carvalho Mendes, traz para o debate os conceitos básicos da área de Saúde do Trabalhador e sua aplicabilidade nos serviços de saúde, ressaltando a relação entre condições de trabalho e a saúde do trabalhador da saúde. A autora atenta para a necessidade de aproximação efetiva entre todos os órgãos que tratam do tema da saúde do trabalhador, a fim de que se possa intervir nos processos de trabalho com foco na eliminação ou controle dos fatores de risco presentes nos ambientes.

O sexto capítulo, intitulado Estudo acerca do perfil: uma contribuição para as políticas de valorização profissional, é resultado de trabalho de conclusão do mesmo curso da UFRN. Elaborado por Rafael Rodolfo Tomaz de Lima, sob a orientação de Janete, o texto faz uma análise de quem é o gestor da atenção básica, quais são as suas dificuldades, competências e habilidades exigidas para o desempenho de suas funções.

No capítulo sete, Formação e educação permanente em saúde: desafios pedagógicos para um modelo de atenção integral no Brasil, a autora Ana Tânia Lopes Sampaio tem como foco as práticas educativas das instituições de ensino no campo da saúde, focalizando o descompasso existente entre a formação que temos e a formação que necessitamos para o SUS.

O oitavo capítulo Educação Permanente: o trabalho em saúde e os seus pressupostos, de Jônia Cybele Santos Lima, Aldenísia Alves Albuquerque Barbosa, Rossana Mota Costa, Flávia Christiane de Azevedo Machado e Jane Suely de Melo Nóbrega, evidencia o conceito, o objetivo e os eixos norteadores da educação permanente em saúde. As autoras enfatizam a mudança na formação acadêmica dos profissionais de saúde em prol de uma aprendizagem significativa como elemento fundamental para a melhoria da qualidade dos serviços de saúde.

Este é seguido pelo capítulo nove A tutoria e os desafios da formação de pessoal na área de gestão do trabalho e educação na saúde: a face pedagógica do SUS, de Marcio Lemos Coutinho e Bruno
Guimarães de Almeida, no qual a educação a distância é abordada como modalidade de ensino que está sendo adotada pela gestão do SUS como uma estratégia para ampliar o acesso dos trabalhadores aos
processos de capacitação.

Por fim, os capítulos 10 e 11, Formação, perfil, atuação e o mundo do trabalho do bacharel em Saúde Coletiva: uma nova profissão, elaborado por Alba Regina Silva Medeiros, Lidianni Cruz Souza, Luan Cuiabano Arruba e Tuanny Karen Souza Ramos, e O desafio de formar profissionais para o Sistema Único de Saúde do Brasil, escrito por Janete Lima de Castro, Dyego Leandro Bezerra de Souza, Mauricio Roberto Campelo de Macedo, Ana Tania Lopes Sampaio, Isa Maria Hetzel de Macedo, Thais Paulo Texeira Costa, Karla Aparecida Rodrigues dos Santos e Rafael Rodolfo Tomaz de Lima, realçam o tema da graduação em saúde coletiva. “Esperamos que a publicação consiga conversar com muitos leitores e que ampliemos o leque de autores em um projeto futuro”, acentuou Janete.

 

Galeria de Fotos

Comentar