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aluno em foco
Três relatos de realce da Escola de Saúde Pública do Ceará

As egressas Valdeni, Maria do Socorro e Diana se reconhecem pelo desejo de atuar na área da saúde, tendo como cenário de formação a ESP-CE.

Julia Neves
 

De auxiliar de limpeza a graduanda do curso de Enfermagem, passando pela Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), onde concluiu, em 2011, o Aperfeiçoamento em Atenção à Saúde da Mulher no Ciclo Gravídico Puerperal e do Neonato. Esta é a trajetória de Valdeni de Souza Oliveira, de 43 anos, que, desde cedo, guardava a expectativa de trabalhar na área da saúde. Em 2002, como auxiliar de limpeza na maternidade Casa da Gestante, depois de ter concluído o ensino médio completo, despertou nela o interesse pelo cuidado à saúde das pessoas. À época, a ideia de atuar como trabalhadora da área parecia distante. Dois anos se passaram e, em 2004, com o auxílio de uma bolsa de estudos, ela conseguiu concluir o curso Técnico em Enfermagem, pelo Instituto de Assistência Social (Iasocial), em Quixadá, no sertão cearense. “No ano seguinte, já estava incluída na equipe de enfermagem da Casa da Gestante, onde comecei como auxiliar de limpeza”, recorda, com orgulho de sua conquista.

Na unidade de saúde, Valdeni passou a trabalhar no setor do alojamento conjunto, prestando assistência às gestantes, mães e recém-nascidos. “As oportunidades não pararam por aí”, revela. Como técnica em enfermagem, participou de um treinamento na sala de parto, reafirmando o desejo de cuidar de mulheres gestantes. Ela conta que, em 2011, iniciou o curso de Aperfeiçoamento em Atenção à Saúde da Mulher no Ciclo Gravídico Puerperal e do Neonato, ofertado pela Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE). “No início, tive dificuldade em conciliar o estudo com os plantões exaustivos e a atenção aos meus familiares. Mas sempre contei com o incentivo da minha casa”, sublinha. Ela observa que a formação a proporcionou uma visão mais humanizada em relação à condição da mulher. Ainda em vista de seu desejo de ampliar seu conhecimento na área da saúde, tentou ingresso, em 2015, na Faculdade Católica Rainha do Sertão, sendo aprovada no curso de Farmácia. Atualmente, ela está no 7º semestre de Enfermagem, após transferência de curso.

No trilho da saúde

Na mesma direção, seguem outras duas histórias. Aos 52 anos, Maria do Socorro Rodrigues irá concluir o Técnico em Vigilância em Saúde (CTVS), também pela ESP-CE, no município de Aracati, a cerca de 150 quilômetros da capital Fortaleza. A futura técnica foi auxiliar de ultrassom por 15 anos no Hospital Municipal Dr. Eduardo Dias e, logo depois, começou a trabalhar como auxiliar na área de Educação em Saúde e Mobilização Social na Secretaria de Saúde de Aracati. Há cerca de três anos, Maria foi transferida para o setor de epidemiologia, também como auxiliar, iniciando a formação técnica. Segundo ela, a maior dificuldade foi conciliar as aulas com o trabalho, em vista da responsabilidade de cuidar da família e da casa. Ao fim do curso, que está previsto para dezembro de 2016, Maria pretende continuar atuando na área de epidemiologia e espera oportunidades de novas especializações. “O curso foi um divisor de águas na minha vida. Depois desse aprendizado, me encontrei. Tenho novas perspectivas e sonhos”, destaca.

Por sua vez, a egressa do curso Técnico em Enfermagem da ESP-CE, Diana Silva, coleciona três aprovações em concursos públicos. Quando aos 32 anos, ela conquistou o primeiro diploma, como auxiliar em enfermagem. O curso, realizado na escola por meio do Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área da Enfermagem (Profae), no ano de 2001, lhe proporcionou a oportunidade de trabalhar como auxiliar no município de Horizonte, a cerca de 50 km da capital Fortaleza. À época, Diana prestou concurso estadual e foi aprovada para trabalhar no Hospital Geral Dr. César Cals, pela Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa).

Na ocasião, ela decidiu fazer o curso complementar para técnico em enfermagem, concluído na ESP-CE em 2014. Antes mesmo de receber o diploma de técnica, a profissional de enfermagem se inscreveu, para o cargo de nível médio, no concurso federal da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares do Ceará (Ebserh-CE) e foi uma das aprovadas entre as 543 vagas ofertadas. “Foram mais de 12 mil inscrições só para este cargo”, recorda. Segundo a técnica, o curso foi fundamental em sua aprovação, reconhecendo ter sido a formação ofertada pela ESP-CE sua maior fonte de aprendizagem. “Trabalhando de dia e tendo aula à noite, eu não tinha tempo para estudar. Eu só tinha aquele momento em que eu estava na sala de aula”, lembra. Hoje, aos 47 anos, Diana trabalha no Hospital Dr. César Cals, pela Sesa, e no Hospital das Clínicas, pela Ebserh-CE. Em 2017, acrescenta a profissional, deverá formar-se no curso de Enfermagem pela Faculdade Maurício de Nassau.

Missão da escola

Instituição de ensino superior reconhecida pelo Conselho de Educação do Ceará, a ESP-CE foi criada em 22 de julho de 1993, sob a forma de uma autarquia vinculada à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). A escola, que tem como patrono o médico Paulo Marcelo Martins Rodrigues, nasceu do sonho de operacionalizar a política de educação permanente, a pesquisa e a extensão na área da Saúde, em busca de inovação e produção tecnológica, a partir das necessidades sociais e do SUS. A ESP-CE oferece cursos nas áreas de Atenção à Saúde, Vigilância da Saúde e Educação Profissional em Saúde, nos modelos de pós-graduação, técnicos, pós-técnicos, de atualização e de aperfeiçoamento, nas formas presencial, semipresencial e a distância.

A Educação Profissional é uma modalidade de ensino integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, às ciências e às tecnologias, direcionada para o aluno matriculado ou egresso dos ensinos médio ou superior e para trabalhadores em geral, jovens ou adultos, podendo integrar-se ou não ao ensino regular, em especial ao ensino médio. No campo da Educação Profissional em Saúde, a ESP-CE tem como público prioritário os trabalhadores do SUS, que atuam nas redes estadual e municipais de saúde do Ceará. Para tanto, exige que os candidatos aos cursos tenham o ensino médio completo ou em processo de realização. Além dos cursos programados, outras atividades de educação permanente, pesquisa e avaliação no âmbito da educação profissional são realizadas há anos. Entre os anos de 2011 e 2017, por exemplo, a escola terá formado cerca de 1.400 alunos, por meio de sua Diretoria de Educação Profissional em Saúde.

 

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