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27/10/2011 Versão para impressãoEnviar por email

Pernambuco inicia o curso Técnico em Citopatologia

Escola de Saúde Pública é a primeira a oferecer a formação pelo Profaps

Escola de Saúde Pública é a primeira a oferecer a formação pelo Profaps

A primeira turma do curso Técnico em Citopatologia, executada no âmbito do Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde (Profaps), terá início no dia 3 de novembro, na Escola de Saúde Pública do Pernambuco (ESP-PE). Uma cerimônia de abertura foi realizada no dia 19 de outubro e contou com a participação de autoridades, docentes e estudantes. Patrícia Coutinho, gerente da escola, ressalta a importância da oferta desta formação para a melhoria da capacidade de atendimento no estado. “Vamos qualificar o trabalhador que hoje executa esse papel dentro dos laboratórios sem ter a devida formação técnica na área”, diz Patrícia.
 
Nadja Naira, servidora pública há 16 anos, trabalha na elaboração de laudos no setor de Citopatologia do Laboratório Municipal de Recife. Ela é uma das trabalhadoras selecionadas para fazer a formação. “A expectativa é grande. Espero ser uma profissional muito qualificada quando terminar o curso. Claro que isso também depende de nós, enquanto alunos, mas eu estou com muita esperança de que o curso seja excelente”, afirma.
 
O curso tem um total de 1.740 horas, sendo 1,2 mil destinadas às aulas teóricas e práticas e 540 para estágio obrigatório. A turma é composta por 30 estudantes oriundos de municípios de quatro Gerências Regionais de Saúde do estado. As aulas serão oferecidas na sede da escola e na unidade laboratorial de doenças oncológicas do Laboratório Central de Pernambuco (Lacen), parceria firmada para a execução da parte prática do curso. “Como as escolas da rede trabalham com integração ensino-serviço, foi preciso identificar que serviço teria a infraestrutura para a gente desenvolver um curso com este nível de complexidade. Buscamos um espaço adequado para a realização das aulas práticas, que tivesse equipamentos específicos da área”, afirma Mario Correia, coordenador geral do curso.
 
O Laboratório da Mulher, como é conhecida a unidade de doenças oncológicas do Lacen, processa cerca de 140 mil lâminas por ano. Além dos exames, o setor é responsável por monitorar a qualidade dos outros laboratórios credenciados pelo Sistema Único de Saúde. Micheline Oliveira, gerente da unidade laboratorial, explica que há cerca de dois anos o Lacen iniciou um processo de descentralização. No entanto, os gestores encontram dificuldades na instalação desta estrutura em suas regiões. “Entre outros problemas, eles dizem que não encontram no mercado recursos humanos para montar seus laboratórios. Por isso temos que qualificar, para atender essa demanda que surge dentro dessa lógica”, enfatiza.
 
Um diagnóstico foi elaborado pela ESP-PE para avaliar essa demanda. “Foram analisados quais municípios nós teríamos de fato clientes que tivessem o perfil para fazer o curso e dar uma resposta mais rápida junto às regiões de saúde. Priorizamos quem estava no serviço e não tinha a devida formação”, explica Patrícia. Mario argumenta que parte desta necessidade de técnicos surge do processo de descentralização do Lacen e, por conta disso, o curso se torna central para diminuir a carência de pessoal qualificado. “A ideia é aumentar a quantidade de profissionais formados nessa área para atender a demanda desse serviço de assistência na área de citopatologia”, conclui.
 
Docentes capacitados
 
Os professores passaram por uma capacitação pedagógica de 40 horas no final do mês de agosto. A equipe é composta basicamente por médicos especialistas do próprio Lacen e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e profissionais da área de letras, matemática e informática. “Originalmente, somos da área de saúde e não formadores. A capacitação pedagógica é a forma que nós encontramos para alinhar um certo saber necessário para entrar em sala de aula e formar da melhor maneira possível”, explica Patrícia.
 
A médica Letícia Katz é especialista em Citopatologia e atua há 15 anos no Lacen e no Laboratório Municipal de Recife. Mesmo possuindo mestrado na área, Letícia ressalta a importância de estar preparada para lidar com estudantes-trabalhadores. “Fizemos a capacitação para conhecer o funcionamento da escola e sua metodologia de ensino, que traz uma visão diferente. Achei interessante porque o público já está atuando no serviço e a abordagem precisa ser distinta”, afirma.
 
Em setembro, a equipe iniciou o trabalho de elaboração do material didático. “Eles participaram, em duas etapas, de uma oficina técnica para discutir os temas e os conteúdos específicos que serão abordados no curso”, enfatiza Mário. “No primeiro momento, foram construídos os planos de disciplinas, que são os instrumentos que orientam a construção do material didático. Foi dado um período para os profissionais irem a campo fazer uma pesquisa sobre aqueles assuntos. No segundo encontro, foram elaboradas a padronização e harmonização do caderno do aluno, que é o material didático”, explica o coordenador.
 
Diretrizes para a formação
 
Até o final deste ano, a Coordenação de Ações Técnicas em Educação na Saúde do Departamento de Gestão da Educação na Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (Deges/SGTES) pretende lançar o caderno com as diretrizes e orientações para a formação do técnico em citopatologia. O documento foi construído a partir de oficinas promovidas pelo Ministério da Saúde que reuniu representantes das Escolas Técnicas do SUS, do Fórum Nacional de Conselhos de Educação, técnicos do MS, da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/Brasil), das secretarias de saúde dos estados e membros de associações de classe e dos próprios serviçoes.
 
Observando as especificidades desta formação, o caderno é dividido em quatro capítulos: introdução, mapa de competências, marco de orientação curricular e considerações finais. Nestes, são abordados questões como organização de conteúdos, carga horária, avaliação, material didático e o aproveitamento de conhecimentos e experiências.

Por Jéssica Santos (Secretaria Executiva de Comunicação da RET-SUS)

Comentários

Quero muito ser contemplada com este curso de histopatologia, pois é uma área na qual gostaria muito de trabalhar. Sou formada técnica em enfermagem e quero muito me especializar nesta área.

Luciana,

A RET-SUS é composta por 40 escolas técnicas, centros formadores de recursos humanos do SUS e escolas de Saúde Pública que existem em todos os estados do Brasil. Os cursos são oferecidos por cada uma delas, em suas regiões de abrangência. Sugerimos entrar em contato diretamente com a escola da sua região para que possa saber sobre abertura de turma e outras informações relativas ao curso de seu interesse. Para encontrar a escola de sua região, sugerimos entrar no nosso site (www.retsus.fiocruz.br) e clicar no item ‘escolas’ do menu principal, localizado à esquerda da página inicial.

Atenciosamente,

Secretaria de Comunicação da RET-SUS.

Tenho o curso de patologia clínica. Trabalho na área de análises clínicas e gostaria muito de atua na de citopatogia.

Tenho o curso de patologia clínica e gostaria muito de atuar, também, com o curso de citopatologia. Quando inicia outra turma?

Sheyla,

Agradecemos o contato. Informamos que os cursos são ofertados de forma descentralizada pelas escolas da RET-SUS em suas regiões de abragência. Para saber informações sobre o curso de seu interesse, orientamos entrar em contato diretamente com a escola da sua região. Para acessar os dados das escolas da RET-SUS, basta clicar no link 'escolas', localizado no menu à esquerda do site da RET-SUS.

Secretaria de Comunicação da RET-SUS

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