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26/06/2012 Versão para impressãoEnviar por email

O que foi a Rio+20

Para ambientalistas e organizações da sociedade civil, um retrocesso. Para a presidenta Dilma Rousseff, "ponto de partida". Assim foi avaliado o documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que aconteceu entre os dias 13 e 22 de junho, na cidade do Rio de Janeiro. Sob o título `O futuro que nós queremos`, o texto de 49 páginas, dividido em seis capítulos e 283 itens, foi apresentado na sexta-feira, dia 22 de junho, após uma série de negociações.

Para ambientalistas e organizações da sociedade civil, um retrocesso. Para a presidenta Dilma Rousseff, “ponto de partida”. Assim foi avaliado o documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que aconteceu entre os dias 13 e 22 de junho, na cidade do Rio de Janeiro.

Sob o título `O futuro que nós queremos`, o texto de 49 páginas, dividido em seis capítulos e 283 itens, foi apresentado na sexta-feira, dia 22, após uma série de negociações. "Um consenso possível é um ponto de partida não é um ponto de chegada. Não podemos conceber que alguém fique aquém dessa posição", disse Dilma ao final da conferência.

Diversas organizações, no entanto, disseram que o documento é fraco e pouco ambicioso. Em nota divulgada em seu site, o Greenpeace avaliou o texto como desprovido de ambição, metas e datas. "É o típico texto que todo governo exalta, pois não exige nenhum compromisso. Qualquer habitante do planeta que leia esse texto e busque ali uma esperança para um futuro mais verde e mais justo se frustrará entre tantas palavras dúbias e vazias".

Marco dos vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), a Rio+20 teve como temas `A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza` e `A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável`.  Além do Segmento de Alto Nível, que reuniu chefes de Estado e de Governo de cerca de 190 países entre os dias 20 e 22 de junho, a conferência contou com a Cúpula dos Povos e com os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável.

Cúpula dos Povos
A diversidade marcou a Cúpula dos Povos, que reuniu ambientalistas, movimentos sociais, sindicatos, organizações da sociedade civil, indígenas, agricultores e representantes de religiões de todo mundo. O evento paralelo à Rio+20 aconteceu entre os dias 15 e 22 de junho, no Aterro do Flamengo, na Zona Sul da cidade, e contou com cinco plenárias sob os temas: Soberania Alimentar; Energia e indústrias extrativas; Defesa dos bens comuns contra a mercantilização; Direitos, por justiça social e ambiental; e Trabalho: por outra economia e novos paradigmas. Mais de 300 mil pessoas passaram pelo espaço.

No fim deste evento, foi apresentada a Declaração final da Cúpula dos Povos, entitulada `Em defesa dos bens comuns, contra a mercantilização da vida`, que se opôs às decisões centrais da conferência. "A Rio+20 repete o falido roteiro de falsas soluções defendidas pelos mesmos atores que provocaram a crise global. À medida que essa crise se aprofunda, mais as corporações avançam contra os direitos dos povos, a democracia e a natureza, sequestrando os bens comuns da humanidade para salvar o sistema economico-financeiro", cita o documento.

No dia 18 de junho, no contexto da Cúpula dos Povos, aconteceu o debate `Os Grandes Empreendimentos e Seus Impactos Socioambientais e à Saúde: Os Casos TKCSA, Comperj e Porto do Açu`, no espaço Saúde, Ambiente e Sustentabilidade. Moradores e pescadores das regiões onde foram instalados os empreendimentos puderam expor as conseqüências negativas da presença das grandes empresas, como a queda na atividade pesqueira. Deste debate, também participaram o pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sério Arouca (ENSP/Fiocruz) Marcelo Firmo, Alexandre Pessoa, professor e pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/ Fiocruz), Roberto Ferraz, da Federação de Associações de Pescadores Artesanais do estado do Rio de janeiro (Fapesca) e Alexandre Anderson, pescador e presidente da Associação Homens do Mar (Homar).  O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, também esteve presente ao debate.

No âmbito da Rio+20, os `Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável`, realizados no Riocentro, entre 16 e 19 de junho, debateu dez temas, entre eles: Desenvolvimento sustentável para o combate à pobreza; Desenvolvimento sustentável como resposta às crises econômicas e financeiras;  Desemprego, trabalho decente e migrações; Florestas; Segurança alimentar e nutricional; e Cidades sustentáveis e inovação. 

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