Abertura do curso de atualização na atenção ao uso prejudicial de álcool e outras drogas, promovido pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, focaliza o tema dos prejuízos da proibição das drogas. O evento contou com a participação do delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Orlando Zaccone, afirmando que as drogas matam mais quando proibidas.
A abertura do curso de atualização na atenção ao uso prejudicial de álcool e outras drogas, promovido pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), em seu auditório, no Rio de Janeiro, debateu o tema Drogas: os prejuízos da proibição. O evento, realizado no dia 22 de março, teve como convidado o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Orlando Zaccone, e contou, ainda, com a participação do vice-diretor de Gestão e Desenvolvimento Institucional da EPSJV, José Orbílio de Souza Abreu, e os médicos psiquiatras Sergio Alarcon e Marco Aurélio Soares Jorge. "A temática é complexa e a demanda exige a criação de espaços de estudo e reflexão sobre o assunto, para que, dessa maneira, as pessoas possam ter consciência da gravidade do tema", observou Orbílio, informando que a atualização existe há dez anos e é um dos cursos mais importantes da escola.
Mestre em Ciências Penais e com doutorado em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Zaccone defendeu a garantia da igualdade de direitos civis entre as pessoas e a liberação das drogas. "A guerra contra as drogas mata mais do que as drogas em si", enfatizou. "O maior prejuízo que as drogas ilícitas trazem não são provenientes do consumo, mas sim da sua proibição. Hoje, morrem mais pessoas em consequência das operações policiais contra a maconha, a cocaína e a heroína", afirmou.
Ele deu como exemplo uma pesquisa realizada pela Anistia Internacional, revelando que, em 2011, 676 pessoas foram executadas através da pena capital. Enquanto isso, no mesmo período, as polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo mataram, juntas, 961 pessoas. “Falar sobre uso de drogas ilícitas implica tratar dos prejuízos e dos perigos da proibição”, constatou, frisando não ser a favor do consumo de drogas, mas sim favorável à legalização. “O crack, por exemplo, não é nada comparado à tragédia que se faz em proteção a ele. As drogas matam, estando elas proibidas ou legalizadas. Só que, quando proibidas, elas matam mais", concluiu.
Por Flavia Lima
Secretaria de Comunicação da RET-SUS
Comentar