O Centro Formador de Recursos Humanos da Paraíba (Cefor-PB), vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, promoveu na sede da instituição, em João Pessoa, a Oficina Pedagógica do Curso Técnico em Vigilância em Saúde, para avaliação do primeiro módulo desta formação. O encontro, realizado entre os dias 4 e 6 de julho, reuniu coordenadores e facilitadores das nove turmas ofertadas pela escola, distribuídas nos municípios de João Pessoa, Campina Grande, com duas turmas em cada cidade, Patos, Cajazeiras, Monteiro, Catolé do Rocha e Cuité, com uma turma em cada localidade. 

O primeiro dia da oficina foi dedicado à reunião entre a diretora geral do Cefor-PB, Márcia Rique Caricio, a diretora pedagógica, Fátima Silva, e a coordenadora estratégica do Técnico em Vigilância em Saúde, Cínthia Galiza, além dos coordenadores locais, que fizeram sua avaliação quanto às potencialidades e dificuldades apresentadas no decorrer do primeiro módulo, realizado entre os meses de janeiro e junho deste ano.

Nos dias 5 e 6 de julho, a assessora pedagógica do Cefor-PB e docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Elisa Gonsalves, avaliou a nova didática implementada na formação, a chamada `Curva Pedagógica`. O método, criado pela própria pesquisadora, foi considerado inovador, pois, além de contemplar os momentos de aprendizagem teóricos e práticos, cria efetivos espaços para a aprendizagem do que a autora chama “competência afetiva”. 

Segundo Elisa, a `Curva Pedagógica` é a ferramenta mais poderosa para o desenvolvimento de práticas humanizadas em saúde. Em alusão à proposta, a facilitadora Rachel Fonsêca, de uma das turmas de João Pessoa, lembrou um fato ocorrido no primeiro dia de aula, quando foi posto em debate o SUS. “No começo, todos queriam falar ao mesmo tempo. Uma facilitadora e eu resolvemos então adotar a dinâmica da `árvore do SUS`, onde cada um, com uma palavra, definiria o sistema. O resultado foi maravilhoso. Ao final, eles conseguiram observar mais pontos positivos do que negativos e ainda construíram ótimos textos e até paródias com aquelas palavras”, contou.

Os vários depoimentos dados durante a oficina revelou o quanto a nova metodologia aplicada no primeiro módulo está indo além das práticas profissionais e modificando atitudes. “Uma aluna veio me dizer que, com o curso técnico, melhorou até o relacionamento dela com o filho. Outro, que estava com problemas de relacionamento no ambiente de trabalho, depois que falamos sobre amor e respeito, tomou coragem e pediu perdão”, revelou a facilitadora da turma do município de Patos, Ana Raelma Mendes. 

Os depoimentos ainda deixaram claro que as mudanças não ocorrem somente entre os estudantes-trabalhadores. “O curso tem modificado nossas vidas e nos transformado em pessoas melhores”, disse a facilitadora Maryama Naara Felix, da cidade de Patos. “Ouvindo esses depoimentos, ficamos muito felizes em perceber que o nosso objetivo de transformar e humanizar os processos de trabalho nos serviços do SUS, onde os alunos atuam, está sendo alcançado. Melhoramos o serviço quando as pessoas se dispõem a serem pessoas melhores”, observou Márcia Rique Carício. Para ela, os resultados alcançados deveram-se à competência e dedicação dos professores/facilitadores, coordenadores e equipe gestora do Cefor-PB bem como ao método pedagógico proposto, por conseguir agregar uma prática humanizada, como assim preconiza o SUS. 

Segundo módulo

Vale citar que o segundo módulo do curso, denominado `Processos de Ação em Vigilância em Saúde`, já começou entre os dias 09 e 12 de julho, em horários diferentes, respeitando as necessidades e as pactuações feitas em cada região. 

De forma inédita na Paraíba, o curso prepara os trabalhadores do SUS para as quatro áreas da Vigilância: Sanitária, Ambiental, Epidemiológica e Saúde do trabalhador.  

Ao todo, são 1.440 horas, divididas nos seguintes módulos: Módulo Introdutório – `Desenvolvendo as Relações Humanas, a Coletividade e o Cuidado Mútuo` (40 horas); Módulo 1 – `Saúde e Vigilância em Saúde”`(390 horas); Módulo 2 –   `Processos de Ação em Vigilância em Saúde` (400 horas); Módulo 3 – `Vigilância em Saúde e Sociedade` (250 horas); Módulo 4 – `Educação e Ação Comunicativa` (120 horas); e Estágio Supervisionado (240 horas).