A Escola de Formação Técnica em Saúde Professor Jorge Novis (ETTS-BA) começou, em março e abril, dois cursos em parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV-RJ): o técnico em Registro e Informações em Saúde (CETRPIS) e o de Especialização em Informação e Saúde para o Nível Médio (CEIS). Segundo a diretora da ETTS, Maria José Camarão, os cursos são voltados aos trabalhadores dos grandes hospitais de Salvador e do interior do Estado, e serão ministrados por professores de ambas as Escolas.
De acordo com Arlinda Moreno, coordenadora do Laboratório de Informações e Registros em Saúde (Lires) da EPSJV, o CEIS, que trata de organizar a circulação de informações, é um dos cursos mais tradicionais da Escola, e foi ele que despertou o interesse da ETSUS Bahia. “Esse já é um curso de tradição, que nós fizemos pela primeira vez há 22 anos. A ETSUS Bahia se informou sobre isso, achou o conteúdo interessante – trata-se de organizar a circulação de informações – e nos chamou para discuti-lo e implantá-lo”, conta.
Em novembro, Arlinda esteve em Salvador com Márcia Soares, também do Lires, e Ilma Noronha, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz (Icict/Fiocruz). O objetivo das pesquisadoras era fazer uma visita diagnóstica às unidades hospitalares da cidade. “Foi quando percebemos que, além da demanda pelo curso de informação, havia também uma necessidade de melhorar a área de registros, importante para a organização dos documentos e para o controle das ações realizadas. Então, propusemos que a Escola oferecesse também o curso CETRPIS”, explica Arlinda.
Uma oficina com os docentes da ETSUS Bahia foi realizada ainda em novembro, para apresentar os cursos e fechar os programas. “Procuramos também identificar os potenciais docentes que nos ajudarão nessas duas primeiras turmas e que poderão se encarregar das próximas”, diz Arlinda. De acordo com ela, a idéia da EPSJV é deixar os cursos, no futuro, totalmente a cargo da ETSUS Bahia. “Nós pensamos em fazer um movimento de descentralização, pois queremos que a própria Escola dê continuidade ao curso sozinha. Este ano, a coordenação dos eixos temáticos ainda será feita pelos profissionais da EPSJV, mas a certificação vai ser feita em parceria. E desejamos que a autonomia seja cada vez maior”, afirma.
Na última semana de fevereiro, Arlinda voltou à Bahia, dessa vez com o vice-diretor de Desenvolvimento Institucional da Fiocruz, Sergio Munck. Eles realizaram uma oficina com os gestores das unidades hospitalares, para apresentar o formato final dos cursos e decidir por um esquema de liberação dos funcionários. De acordo com Maria José, a oficina foi importante para conscientizar os gestores sobre a importância da qualificação. "E foi possível discutir o esquema de liberação dos funcionários, para que eles possam assistir às aulas sem prejudicar o trabalho nos hospitais", conta. Cada curso vai ser dado durante uma semana por mês, em horário integral, e as outras três semanas serão de dispersão. O CETRPIS tem carga horária de 280 horas, e, o CEIS, de 204 horas. Ambos os cursos têm seus programas divididos em aulas teóricas, trabalho em campo e execução do trabalho de fim de curso, que pode ser uma monografia ou um plano de intervenção. Ao todo, são 60 alunos, 30 em cada turma.
A aula inaugural foi realizada no dia 24 de março, com o tema “20 anos do SUS: investimento na qualificação de trabalhadores em áreas estratégicas”. Na ocasião, a professora Carmem Fontes Teixeira, da Universidade Federal da Bahia, fez um resgate da história do SUS e enfatizou a importância da área de informações e registro.
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