No dia 19 de junho, a Escola Técnica do Sistema Único de Saúde de São Paulo completou cinco anos de existência. A comemoração aconteceu na sede da Escola, porém com um dia de antecedência, data em que os coordenadores das unidades regionais da ETSUS se reuniram para um encontro ordinário. Além deles, estiveram presentes professores, alunos da capacitação de conselheiros gestores, em andamento, a diretora da Escola, Suely Miashyro, e representantes do Cefor (Centro de Formação e Desenvolvimento dos Trabalhadores da Saúde), do município de São Paulo, formando um público de cerca de cem pessoas.
Na celebração, com direito a bolo e ‘Parabéns’, Suely agradeceu a todos que ajudaram na construção da Escola e no desenvolvimento de suas atividades, e destacou a importância do papel da instituição na formação de trabalhadores de nível técnico e na capacitação de profissionais universitários para o exercício da docência. Lembrou, ainda, que a Escola deve continuar na busca por sua consolidação, através de melhorias na estrutura das unidades regionais e da ampliação dos cursos oferecidos. “Nesse período, nós avançamos muito na infra-estrutura e na montagem da equipe. Mas ainda é preciso empenho para investir no espaço físico e em equipamentos, para termos uma base mais sólida e a certeza da permanência”, disse.
Luta e trajetória
A Escola Técnica do Sistema Único de Saúde foi criada em junho de 2002, mas só recebeu autorização de funcionamento no ano seguinte. Antes disso, desde 1990, funcionava como Núcleo de Formação do Cefor. Nessa época, eram oferecidos os cursos de auxiliar de enfermagem e de consultório dentário (ACD), técnico em higiene dental (THD) e em farmácia. “Os cursos atendiam às demandas do Projeto Larga Escala, responsável pela formação de nível médio e elementar, e já seguiam os princípios com os quais trabalhamos hoje, como a metodologia da problematização e a prática de revisão do trabalho. Mas a certificação não era feita pelo Cefor, e sim por uma escola municipal de ensino médio ”, explica Suely Miashyro.
A atual diretora, que trabalhou no Cefor de 90 a 93, voltou em 96, assumindo a coordenação do Núcleo de Formação em 2001, conta que a luta para viabilizar a construção da Escola começou em 2000 e foi um processo árduo. “Enfrentamos dificuldades, pois, além de não termos experiência com o trâmite administrativo, o projeto teve que passar por várias secretárias, muitas das quais não conheciam nossas propostas”, afirma.
Atualmente, a ETSUS continua dentro do Cefor – que, por sua vez, está subordinado à Coordenadoria de Recursos Humanos da Secretaria Municipal de Saúde –, mas possui autonomia para certificar os cursos que ela oferece em nove unidades, distribuídas nas cinco macrorregiões do município de São Paulo. Segundo Suely, na própria sede da Escola só acontecem capacitações para docentes e gestores conselheiros, isto quando não há dificuldade de deslocamento dos profissionais. “Além de a nossa infra-estrutura ser bem enxuta, preferimos que os cursos ocorram próximos ao local de trabalho dos alunos, com a participação do gestor local. Hoje o Cefor contribui com apoio logístico e administrativo, disponibiliza sua biblioteca, e também oferece cursos de desenvolvimento e atualização, de menor duração”, diz.
Em 2003, quando começou efetivamente a funcionar, a Escola refez seus planos de cursos e passou a oferecer, além daqueles da época em que era Núcleo de Formação, os técnicos em Enfermagem, Análises Clínicas e Imobilizações Ortopédicas, além da especialização para auxiliares de enfermagem em Saúde Pública e da capacitação dos conselheiros gestores das unidades de saúde. No ano passado, a ETSUS obteve aprovação do projeto do curso técnico do agente comunitário de saúde (ACS) e já formou 650 alunos, em 24 turmas, no primeiro módulo. “Todos os nossos cursos seguem os seguintes princípios básicos: metodologia problematizadora, descentralização, currículo integrado e trabalho como princípio educativo (trazer para a sala de aula as questões do trabalho para que sejam debatidas e refletidas)”, explica Suely. Nesses cinco anos, passaram pelos cursos da instituição 3.359 alunos e pelas capacitações, 1.400 profissionais.
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