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01/02/2017 Versão para impressãoEnviar por email

A radioterapia do SUS ganha reforço

Especialistas em radioterapia são formados pela EPSJV e Inca, materializando a proposta de capacitar profissionais técnicos nas várias regiões brasileiras, com apoio das ETSUS, para operar os 80 aparelhos a serem distribuídos no país. 

A formatura de sete profissionais no Curso de Capacitação para a Formação de Multiplicadores de Técnicos Especializados em Radioterapia, realizada em 26 de fevereiro, no Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), no Rio de Janeiro, ilumina uma das metas do Plano de Expansão em Radioterapia no SUS, que é melhorar a distribuição de recursos humanos capazes de operar os 80 aparelhos de radioterapia a serem distribuídos no Brasil. Trata-se de uma atividade educacional desenvolvida pelo Inca e pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por iniciativa da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (Sgtes/MS), capacitando professores da área médica, física e técnica para formar, por sua vez, profissionais de nível técnico em suas respectivas regiões, com o apoio, ainda, das Escolas Técnicas do SUS (ETSUS).

Os formandos, indicados por instituições selecionadas pelo Ministério da Saúde — Hospital Santa Marcelina (SP), Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS) e Hospital Erasmo Gaertner (PR) —, participaram de um intenso cronograma de aula, que incluiu aulas presenciais e a distância. A carga horária de cada participante se diferenciou segundo a formação original: o tecnólogo cumpriu 565 horas de aula; o físico médico, 475 horas; e o rádio-oncologista, 250 horas. Todos eles foram submetidos a aulas teóricas específicas, práticas, preparação pedagógica e treinamento em aparelhos, iniciadas em 24 de outubro de 2016.

 

De olho na urgência

Esta primeira experiência chamou a atenção dos idealizadores. Para a coordenadora científica do curso, Maria Célia Paes Viégas, a criação e a ampliação de hospitais habilitados em oncologia e a qualificação de recursos humanos é extramente importante para o enfrentamento dos cânceres. “Nós formamos professores que vão voltar às suas instituições de origem e serão capazes de fazer um curso similar ao que nós fazemos aqui. Esses profissionais serão os formadores dos novos técnicos que atuam no SUS”, explicou. Por sua vez, a diretora do Departamento de Gestão da Educação na Saúde (Deges/Sgtes/MS), Claudia Brandão, lembrou que a proposta encontra justificativa na urgência epidemiológica, social e econômica a qual o problema do câncer implica. Durante a entrega dos diplomas, ela parabenizou os formandos e elogiou as equipes. “Esse projeto envolveu várias áreas do Ministério da Saúde e não foi uma tarefa fácil. Todos os parceiros envolvidos acreditaram neste trabalho, desde a sua concepção, passando pela separação de recursos, autorização dos gestores, articulação e construção em si da proposta, até a sua execução”, realçou.

Coordenador da proposta pela EPSJV, do Laboratório de Educação Profissional em Manutenção de Equipamentos de Saúde (Labman), Alexandre Moreno revelou que a segunda fase do trabalho implicará esforço ainda maior, contando com a parceria das ETSUS. As instituições integrantes da Rede de Escolas Técnicas do SUS, distribuídas pelo país, darão o apoio necessário nos locais onde turmas de formação dos profissionais de nível técnico serão instaladas. “Isso valoriza o trabalho conjunto entre as instituições públicas de saúde, enaltecendo o SUS”, observou. 

 

Por Ana Paula Evangelista, repórter da Secretaria de Comunicação da RET-SUS.

 

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