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12/04/2006 Versão para impressãoEnviar por email

'Brasil não está entre os piores'

Eventos e publicações marcam comemoração da data que, este ano, homenageia os trabalhadores. Relatório da OMS faz um diagnóstico da força de trabalho em saúde no mundo.

José Paranaguá de Santana, consultor da Organização Pan-americana de Saúde (Opas/OMS) no Brasil, acha que “o reconhecimento do papel dos recursos humanos na área da saúde é merecido, estava sendo aguardado e já vem até um pouco atrasado”. Segundo ele, a crise de escassez de recursos humanos no setor e a precariedade das condições físicas e psíquicas de trabalho justificam a escolha do tema. Um exemplo, segundo ele, é que no Brasil existem mil municípios sem médicos residentes. Além disso, como em outros países, há uma concentração de profissionais da saúde em determinados lugares e escassez em outros. Segundo ele, nos países mais pobres “as condições de trabalho são extremamente injustas com os trabalhadores do setor”, expondo-os a inúmeros riscos de contaminação, stress e alcoolismo.

Apesar disso, Paranaguá garante que o Brasil não está entre os piores nessa área. “Somos um dos poucos países onde esses problemas têm sido reconhecidos de forma explícita e têm sido tomadas iniciativas importantes, que se destacam no cenário internacional”, avalia, citando o Projeto de Profissionalização da Área de Enfermagem (Profae), a Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde e os investimentos na Rede de Escolas Técnicas do SUS como algumas dessas ações.

O resumo do Relatório Mundial da Saúde de 2006 ressalta que “a intervenção do Estado é necessária para estabelecer padrões, proteger a segurança dos pacientes e assegurar a qualidade através do provimento de informações, incentivos financeiros e da aplicação dos regulamentos”. Mas o grau dessa interferência vai variar de acordo com o país. “O Estado brasileiro reconhece a Saúde como um direito do cidadão. E o SUS, que é uma política anti-Estado mínimo, é a prova disso”, afirma Paranaguá, ressaltando o ineditismo de um sistema público de saúde que garante a universalidade, a integralidade e a eqüidade da atenção.

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