O médico sanitarista e ex-secretário de Saúde de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, Arthur Chioro, 50 anos, assumiu no dia 3 de fevereiro o Ministério da Saúde (MS). Médico e pesquisador especializado em Saúde Coletiva, o novo ministro reafirmou compromisso de dar continuidade e avançar com o Programa Mais Médicos, carro-chefe, na área da Saúde, do governo Dilma Rousseff. A proposta, lançada no ano passado com o objetivo de ampliar o número de profissionais nas regiões mais carentes, já conta com mais de 6,6 mil médicos em atuação.

Durante o discurso de posse, realizado no Palácio do Planalto, em Brasília, Chioro lembrou outras medidas que integram o Mais Médicos, como a ampliação e qualificação de infraestrutura da rede de saúde, a abertura de novas faculdades de medicina em municípios que tenha condições seguras e adequadas de oferecer o curso e a garantia de vagas de residência para todos os médicos em especialidades que atendem as necessidades do SUS. O novo ministro informou que não perderá a noção de prioridade do programa, mas que sua gestão investirá também nas demais categorias de nível superior e técnico, como enfermagem e agentes comunitários de saúde.

Na avaliação do ministro, a gestão do SUS requer uma maior aproximação com os estados e, por isso, defendeu tratar com as secretarias estaduais de saúde temas como a divisão de responsabilidades em assistência farmacêutica, o estabelecimento de carreiras para os trabalhadores do SUS nos estados e a revisão do papel dos estados. “Os estados são a esfera de governo com mais dificuldade em assumir seu papel. Há aqueles que ainda estão absolutamente consumidos pela administração de serviços hospitalares e ambulatoriais de média complexidade, com prejuízos para a gestão dos sistemas estaduais e das regiões de saúde”, observou.
Presente à cerimônia de posse, a presidenta Dilma Rousseff lembrou a atuação de Chioro como diretor do Departamento de Atenção Especializada, no MS, entre 2003 e 2005, onde coordenou projetos inovadores e de fundamental importância para o SUS, como a implantação do Samu, a certificação e contratualização dos hospitais de ensino e a reorganização da rede de alta complexidade. “Gostaria de desejar calorosas boas-vindas e muito sucesso nos novos desafios, porque a população quer e merece saúde com mais qualidade e, para isso, é preciso mais médicos, mais remédios, mais estrutura e muito mais atenção humanizada”, frisou Dilma.

Chioro ocupa o lugar de Alexandre Padilha, que ficou à frente do ministério entre janeiro de 2011 a fevereiro de 2014. Em seu discurso, Padilha fez um balanço das ações desenvolvidas: “Saio com a consciência mais leve e a alegria na alma ao ver que Arthur Chioro, a partir de hoje, será a autoridade máxima em Saúde do único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes, que ainda mantêm o compromisso de buscar uma saúde pública, universal e gratuita”. Ele destacou, além do Mais Médicos, a ampliação do acesso a medicamentos no SUS e a recente introdução da vacina contra o HPV. “O Mais Médicos é o ato mais corajoso tomado por um Presidente da República para resgatar o compromisso com a saúde de quem mais precisa. Neste mês de fevereiro, já vamos chegar a mais de nove mil profissionais do programa Mais Médicos. Até o fim de março, serão 13 mil”, anunciou o ex-ministro.
Com informações da Agência Saúde