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22/03/2016 Versão para impressãoEnviar por email

A democracia no centro da Rede Unida

O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (Sgtes/MS), Hêider Aurélio Pinto, ressaltou a luta pela democracia e pelo estado de direito durante a abertura do 12º Congresso Internacional Rede Unida, em Campo Grande (MS), na noite do dia 21/3.

Manifestações em defesa da democracia brasileira, a exemplos de cartazes que traziam as frases “Saúde é democracia”, “Saúde não é mercadoria” e “Educação é popular” e gritos de “não vai ter golpe” entoados por integrantes de movimentos da educação propular em saúde, deram o tom à abertura do 12º Congresso Internacional da Rede Unida, realizada na noite do dia 21 de março, no auditório da Universidade Católica Dom Bosco, em Campo Grande (MS).  Sob o tema Diversidade sim, desigualdade não: pluralidade na intervenção da vida, o evento focaliza a pluralidade da construção dos processos críticos-reflexivos no agir, no ensinar, no aprender e no produzir a saúde, que emergem como necessidades elementares para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e da sociedade. O ineditismo desta edição do evento ficou por conta da cantora amazonense de etnia indígena Djuena Tikuna que cantou o hino nacional brasileiro em dialeto Tikuna, emocionando a plateia que lotou o ambiente.

Representando o ministro da Saúde Marcelo Castro, o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (Sgtes/MS), Hêider Aurélio Pinto, ressaltou a luta pela democracia e pelo Estado de Direito. “Estamos em um momento crítico de financiamento do SUS. É fundamental estarmos atentos contra os retrocessos dos direitos à saúde e à educação", pontuou. Antes, ele convidou a plateia a conhecer a exposição Mais Médicos e chamou a atenção do público para o lançamento do #SusConecta, cujo propósito é sistematizar e disseminar conhecimentos, ideias e debates sobre o SUS. A iniciativa resulta da parceria entre a Rede Unida, a Sgtes, o Conselho Nacional de Saúde, a Rede Colaborativa de Governo em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Atenção à crise política

Hêider destacou três questões que considera essenciais no que diz respeito à atual situação de crise política pela qual o Brasil passa. A primeira é a defesa da saúde como direito de todos, idealizada pelo movimento sanitário na década de 1970 e que resultou na Constituição Federal de 1988 e na criação do SUS. A segunda questão é a defesa da diversidade. “Neste momento, temos ataques importantes a esta ideia, provocado por um mundo cibernético que aproxima as pessoas pelas identidades, mas que não tolera as diferenças”, criticou, atentando para a gravidade da escalada rápida da intolerância e do discurso de ódio no dia a dia. “Hoje temos mais de 22 órgãos depredados e invadidos, entre eles a sede da UNE (União Nacional dos Estudantes), diretórios e sindicatos. Por isso, é fundamental enfrentar essa escalada dos microfascistas, não podemos dar nenhum passo atrás no direito à diversidade”, orientou.

Por fim, Hêider ressaltou a importância da coerência entre práticas e valores, meios e fins. “Críticas todos nós temos que fazer contra a corrupção. Mas há questões mais estruturais, como a reforma política. O enfrentamento da corrupção passa pela democracia, e não pelo fim”, frisou, lembrando com preocupação que o golpe não é só uma possibilidade. “Ele já começou e está em curso. Neste momento importante e crítico, a luta é pela democracia e pelo estado de direito. Nenhum político, nenhuma organização ou juiz pode ficar acima da lei”, finalizou.

Também participaram da cerimônia de abertura o coordenador Nacional da Rede Unida, Alcindo Antônio Ferla, a presidente do 12º Congresso Internacional da Rede Unida, Vera Lucia Kodjaoglanian, o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Ronald Ferreira, e Nísia Trindade, vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz. De acordo com Vera, o congresso se destaca, também, pela sua grandiosidade: cerca de cinco mil participantes, 187 rodas de conversa, 110 távolas e 45 oficinas de trabalho. “Será uma semana de debates para o fortalecimento de ideais e política de educação”, ressaltou. O 12º Congresso Internacional da Rede Unida segue até o dia 24 de março.

Por Flavia Lima, repórter da Secretaria de Comunicação da RET-SUS

 

 

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