noticias

04/12/2014 Versão para impressãoEnviar por email

Duas décadas de foco à formação profissional para o SUS

EFTS comemora 20 anos com homenagens, apresentações culturais e uma palestra sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), a quem a escola dedica a sua atuação, formando milhares de profissionais que estão nos serviços.

Os 20 anos da Escola de Formação Técnica em Saúde Prof. Jorge Novis, na Bahia, comemorados no mês de novembro, foram marcados por homenagens, apresentações culturais e uma palestra sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), a quem a escola dedica a sua atuação, formando milhares de profissionais que estão nos serviços. Participaram da comemoração cerca de 160 pessoas, entre alunos, docentes e coordenadoras dos cursos técnicos e servidores administrativos da escola, diretoras da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a quem a escola está vinculada, e representantes do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), além do presidente do Conselho Estadual de Saúde e deputado federal eleito, Jorge Solla, da assessora do gabinete do secretário de Saúde, Marília Fontoura, do secretário de Saúde do estado, Washington Couto, do superintendente de Recursos Humanos da Sesab, Washington Abreu, da diretora da Escola Estadual de Saúde Pública (EESP) do estado, Marcele Carneiro Paim, e da diretora da EFTS e representante da Região Nordeste na RET-SUS, Maria José Camarão. “A EFTS foi criada em 14 novembro de 1994, por meio da Lei Estadual nº 6.680, para desenvolver a formação dos trabalhadores de nível médio do SUS da Bahia que atuavam sem qualificação específica”, lembrou Maria José. “São muitas conquistas, especialmente da nova sede em fase de conclusão das obras”, acrecentou Abreu.

Segundo Maria José, a história da escola remonta o Programa de Formação em Larga Escala de Pessoal de Nível Médio e Elementar para os Serviços Básicos de Saúde, lançado na década de 80 pelo Ministério da Saúde, sob o objetivo de reestruturar os centros formadores em escolas técnicas de saúde, para que dessem conta do desafio de formar adultos, muitas vezes analfabetos, já inseridos nos serviços e dispersos Brasil afora. Na Bahia, recordou a diretora, foram qualificadas, nesse contexto, 6.329 profissionais dos serviços de saúde, entre visitadoras sanitárias e auxiliares de Enfermagem, e 28 auxiliares de consultório dentário, que exerciam a função de atendentes. De lá para cá, muitas ações e programas foram integradas à escola, o que permitiu, somente entre 2007 e 2014, formar 51 mil trabalhadores, envolvendo os 417 municípios do estado. “A EFTS é uma referência para a EESP nos processos educativos”, revelou Marcele.

A comemoração contou com homenagens às precursoras da profissionalização no estado, além da apresentação do Grupo Vocal Pentágono e da palestra Por que defender o SUS? - diferença entre direito universal à saúde e cobertura universal da saúde, com o professor titular do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, Jairnilson Paim. Durante o evento, houve, também, o relançamento do livro Estratégias da Política de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, organizado pelo professor Jorge Solla, ex-secretário de Saúde da Bahia, fruto da parceria entre a Superintendência de Recursos Humanos da Sesab e a Editora da Universidade Federal da Bahia (Edufba). A publicação, disponível no repositório da Ufba e aqui, no site da RET-SUS (em publicações), traz três artigos das dissertações de mestrado das gestoras da EFTS Maria José, Geisa Cristina Plácido e Joelma Barbosa.

Trajetória

Para fazer frente ao desafio de formar profissionais para a saúde pública em todo território estadual, a EFTS conta com uma equipe de 110 trabalhadores, entre auxiliares e técnicos administrativos, auxiliares em enfermagem, enfermeiras, odontólogas, biólogas, assistentes sociais, nutricionista, sanitaristas, analistas de informática, secretária executiva e gestor em Recursos Humanos, recepcionistas, pessoal de higienização, apoio administrativo, motoristas e vigilantes, que atuam dinamicamente e de forma comprometida na sede da escola, em Salvador. Para tanto, ainda, seu projeto político pedagógico tem como base a pedagogia libertadora do educador, pedagogista e filósofo Paulo Freire (1921-1997). O currículo, nesse contexto, busca manter o foco no mundo do trabalho e não no ideário de mercado, formando para libertar o sujeito, sob a perspectiva da sua autonomia.

Além dos cursos na capital baiana, a escola atua de forma descentralizada nos 417 municípios do estado. Para potencializar essa descentralização, em 2010, a EFTS inaugurou, no município de Itaberaba, a sua primeira unidade descentralizada, batizado por Izabel dos Santos, em homenagem à enfermeira e defensora da qualificação do trabalhador de nível técnico em saúde no Brasil, falecida em 2010, aos 83 anos.

Nessa jornada, são vários os cursos em desenvolvimento, entre eles os técnicos em Agente Comunitário de Saúde, Enfermagem, Saúde Bucal e Vigilância em Saúde, a Complementação de Auxiliar em Enfermagem para Técnico em Enfermagem, os aperfeiçoamentos para o Técnico em Radiologia, das Equipes Municipais de Vigilância Sanitária e Saúde Ambiental,   em Gerenciamento em Manutenção de Equipamentos Médicos Assistenciais e de Apoio e em Prevenção da Mortalidade Materna e infantil, além das formações de Culinarista em Alimentação Saudável, Registro e Informação em Saúde e Técnico-Pedagógica para os docentes dos cursos.

 

Por Katia Machado, editora-geral da Secretaria de Comunicação da RET-SUS (com contribuições da equipe da EFTS)

Comentar