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14/09/2006 Versão para impressãoEnviar por email

Editora Fiocruz lança livro sobre Educação Profissional em Saúde

Isabel Brasil e Marise Ramos, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, discutem políticas e contam a história da formação técnica em saúde no Brasil.

A formação de alunos e professores do ensino técnico em saúde deve ser atrelada às relações sociais. É o que defendem as pesquisadoras Isabel Brasil Pereira e Marise Nogueira Ramos no livro Educação Profissional em Saúde, da coleção Temas em Saúde, lançado pela Editora Fiocruz durante o Abrascão. “Defendemos um projeto mais organizado de educação profissional em saúde, consolidado nas instituições de ensino, como, por exemplo, o que é feito pelas Escolas Técnicas do SUS”, explica Isabel.

Com a experiência de mais de dez anos de ensino e pesquisa nas áreas de Trabalho, Educação e Saúde, as pesquisadoras Isabel e Marise fazem um estudo crítico das contradições das políticas da educação técnica em saúde e dos currículos da pedagogia das competências. “Tendo como pano de fundo a historicidade, os leitores poderão refletir sobre algumas questões presentes na educação, como a de que a técnica ensinada aos profissionais de saúde deve ser compreendida como parte de um processo social”, diz Isabel. Os leitores vão conhecer também a história da educação profissional em saúde no Brasil, recheada de casos e personagens interessantes.

Para as autoras, a educação profissional ainda tem muitas deficiências, tanto na quantidade de oferta de cursos quanto na qualidade da formação, que freqüentemente é focada apenas na reprodução mecânica dos procedimentos de trabalho. “Desse modo, perdemos o potencial que uma formação ampla e qualificada teria de influir de maneira construtiva nas relações de trabalho e no atendimento à população, assim como na capacidade de pensar o cotidiano mais imediato, mas também o próprio sistema de saúde e o país no qual vivemos e trabalhamos”, afirma Isabel.

A obra ajuda a entender o cenário no qual essas políticas públicas foram criadas e lembra que a saúde não é uma mercadoria, nem um privilégio daqueles que podem pagar por bons planos de saúde, uma realidade no sistema capitalista do nosso país. “Chamamos a atenção para projetos e instituições que fazem um trabalho contra-hegemônico de formação dos trabalhadores da saúde, com ênfase nas particularidades das relações de trabalho e educação na conformação do Estado brasileiro”, conta a autora.

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