Estudo da Fiocruz traçará perfil da categoria, que representa 70% dos trabalhadores do SUS, com a participação de 50 mil pessoas, dentre enfermeiros, técnicos e auxiliares
Estudo da Fiocruz traçará perfil da categoria, que representa 70% dos trabalhadores do SUS, com a participação de 50 mil pessoas, dentre enfermeiros, técnicos e auxiliares
Desenhar o perfil dos trabalhadores da enfermagem do Brasil. Esse é o objetivo da pesquisa 'Perfil da Enfermagem Brasileira', que será desenvolvida pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz), com apoio técnico e financeiro do Ministério da Saúde. O trabalho irá englobar enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e pretende conhecer as condições de trabalho e formação, além do contexto político, econômico e ético no qual estão inseridas as práticas desses profissionais. Também participam como parceiros o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) e a Federação Nacional de Enfermagem (FNE).
A pesquisa foi lançada oficialmente na quarta-feira (14) durante reunião do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que contou com a participação da coordenadora geral do estudo, Maria Helena Machado, do presidente do Conselho Federal de Enfermagem, Manoel Carlos Neri da Silva, da diretora de Programa da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Ana Estela Haddad e do ministro da Saúde e presidente do CNS, Alexandre Padilha.
Para Padilha, o diagnóstico permitirá a produção de ferramentas para elaboração de políticas públicas. “Mais do que trazer para a sociedade, para o Sistema Único e para o Congresso Nacional um conjunto de dados sobre a realidade dos profissionais da enfermagem do Brasil, a ideia é que a pesquisa seja um instrumento político de melhoria das condições de trabalho, da garantia dos direitos, da qualificação profissional e do respeito a esses trabalhadores”.
Metodologia
O estudo terá abrangência nacional e será realizada em um prazo de dois anos, sendo os quatro primeiros meses destinados à pesquisa de campo. Para traçar o perfil das categorias profissionais da enfermagem, serão selecionados, a partir da base do Cofen, uma amostra de aproximadamente 50 mil pessoas, que responderão a um questionário encaminhado pelo conselho. “A princípio serão distribuídos pelo correio a cada um dos profissionais da amostra. Teremos o controle rigoroso com coordenações em todo o país”, explica Maria Helena. Os questionários serão divididos em blocos temáticos que levantarão informações sociodemográficas, de escolaridade, de condições de trabalho e salário, além de condições de vida e situações de assédio moral.
Um desses blocos trará dados sobre a formação dos profissionais. “No que se refere à área técnica, levantaremos dados sobre onde eles se formaram, se fizeram cursos de atualização ou especialização, se conhecem a RET-SUS, entre outros aspectos”, explicou Ana Luiza Stiebler, também coordenadora da pesquisa. “Por pedido do Ministério da Educação, nós também incorporamos perguntas que irão aferir a qualidade do ensino”, completou Maria Helena.
Para que todos tenham acesso aos dados pesquisados, uma ampla divulgação de resultados está programada. “Teremos uma publicação com 27 volumes, ou seja, cada estado terá o seu perfil e um livro será publicado pela editora Fiocruz. Evidentemente, vários artigos e resenhas serão produzidos por todos que tiverem acesso à pesquisa também”, afirma. “Haverá a produção de um banco de dados que ficará de livre acesso a todos e esperamos realizar um seminário nacional para divulgar os resultados dessa pesquisa”, concluiu Maria Helena.
Por Jéssica Santos (Comunicação RET-SUS)
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