A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) completou um quarto de século no dia 19 de agosto. Para comemorar a data, a instituição promoveu o ‘Seminário Trabalho, Educação e Saúde – 25 anos de Formação Politécnica no SUS’, que se propôs a fazer um balanço político das três áreas unindo trabalhadores e estudantes da instituição, além de representantes de universidades, centros de estudos e movimentos sociais entre os dias 16 e 19 de agosto. Durante o evento, também foram lançados livros produzidos pela Escola.

O início das atividades do Seminário ficou por conta da mesa ‘Movimento Estudantil no Brasil: balanço dos últimos 25 anos’, coordenada por Isabel Brasil, diretora da EPSJV, e composta por três alunos do ensino médio integrado à educação profissional, que debateram junto com o conjunto dos estudantes o engajamento político da juventude.

Durante toda a tarde, a direção da EPSJV homenageou os trabalhadores da Escola, que puderam conferir o vídeo ‘Utopia do Politécnico’, produzido pelo Núcleo de Tecnologias Educacionais (Nuted/EPSJV), que mostra como o conceito de politecnia é entendido pelos estudantes.

Na terça-feira (17), segundo dia do evento, as atividades comemorativas começaram com a palestra ‘Políticas públicas e lutas pela educação no Brasil: balanço dos últimos 25 anos’ em que Roberto Leher, doutor em Educação e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), discutiu a importância da defesa da escola pública.

Na parte da tarde, foi a vez de as professoras-pesquisadoras da EPSJV Virgínia Fontes, autora de ‘O Brasil e o capital-imperialismo. Teoria e história’, Marise Ramos, autora de ‘Trabalho, educação e correntes pedagógicas no Brasil: um estudo a partir da formação dos trabalhadores técnicos da saúde’ e Márcia Valéria Morosini, autora de ‘Educação e trabalho em disputa no SUS: a política de formação dos agentes comunitários de saúde’ participarem da mesa-redonda ‘Produção e difusão do conhecimento: ampliando a educação politécnica’, coordenada por Carlos Nelson Coutinho, da Escola de Serviço Social e da editora da UFRJ, para debater seus trabalhos com a comunidade.

Na quarta-feira (18), Ricardo Antunes, sociólogo e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), falou para um auditório sobre as ‘Transformações no mundo do trabalho: balanço dos últimos 25 anos’, focando nas consequências da reestruturação produtiva do modelo neoliberal para a classe trabalhadora.

No mesmo dia, o SUS foi discutido na palestra ‘Conquistas e desafios do campo da Saúde no Brasil: balanço dos últimos 25 anos’ proferida por Ligia Bahia, professora da Faculdade de Medicina da UFRJ, para quem o Sistema Único ainda não foi efetivamente implementado (leia mais aqui).

No último dia do evento, foi exibido pela primeira vez ao público o documentário ‘A formação de trabalhadores técnicos de Saúde na corda bamba de sombrinha’, produzido Laboratório de Trabalho e de Educação Profissional em Saúde (Lateps/EPSJV) e pelo Nuted. No vídeo, através de entrevistas e imagens de arquivo, figuras históricas como Sérgio Arouca, Izabel dos Santos, Nelson Rodrigues dos Santos, Arlindo Gómez de Sousa, Roberto Passos Nogueira e Gaudêncio Frigotto e Eleutério Rodriguez Neto traçam um panorama histórico das lutas, avanços e fragilidades do SUS no que se refere à formação de nível médio.

Após a exibição do filme, João Pedro Stédile, integrante da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Gaudêncio Frigotto, doutor em Educação e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), debateram ‘A formação humana contra a educação do capital’.

O conjunto dos textos debatidos no seminário foi compilado no livro ‘Trabalho, Educação e Saúde 25 anos de Formação Politécnica no SUS’.