Formação já está sendo oferecida em Mato Grosso do Sul. No Ceará, aula inaugural da primeira turma será no dia 28 de novembro
Formação já está sendo oferecida em Mato Grosso do Sul. No Ceará, aula inaugural da primeira turma será no dia 28 de novembro
As Escolas Técnicas do SUS já iniciaram o curso Técnico em Hemoterapia, que, junto com Vigilância em Saúde, Radiologia e Citopatologia, é uma das formações identificadas como prioritárias para o Sistema Único de Saúde (SUS) e financiadas pelo Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde (Profaps). O programa tem como meta ampliar a formação em áreas em que há escassez de profissionais especializados e garantir a qualidade do SUS. No Mato Grosso do Sul, uma turma já está em andamento e a previsão é que a próxima comece em dezembro. Já no Ceará, a aula inaugural está marcada para o dia 28 de novembro.
Na avaliação da diretora de Educação Profissional da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), Ondina Canuto, o curso é importante por ser voltado para quem já está inserido no serviço, mas não possui a devida formação. “Muitos profissionais até tiveram pequenas capacitações nos serviços por estarem executando essas atividades, mas o curso traz um panorama geral da saúde, articula os conhecimentos e aprofunda questões específicas da área”, afirma.
Na ESP-CE, a turma será composta por 30 trabalhadores oriundos das 13 unidades da rede da secretaria da Saúde do estado, sediados em Fortaleza. Com um total de 1,8 mil horas, as aulas do módulo básico serão realizadas na sede da escola. Já as aulas dos módulos específicos serão ofertadas no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce).
A parceria com o Hemoce, órgão responsável pela execução da política relacionada à coleta e processamento de sangue no estado, foi realizada para estruturar a formação. “Estamos fazendo uma discussão há algum tempo para montar o plano de curso com a equipe do hemocentro aqui do estado. Toda a discussão do conteúdo também foi feita com os técnicos dessa rede. A escola tem expertise na questão pedagógica e a gente sabe que o serviço tem a expertise no tema específico”, observa Ondina.
De acordo com a diretora, a partir das diretrizes e orientações contidas no caderno do ‘Técnico em Hemoterapia’, foi possível fechar o plano de curso. “Sentamos com o Hemoce e começamos, a partir do referencial, a pensar como o curso poderia ser desenhado, tendo em mente a realidade do nosso estado”, conclui a diretora.
Os trabalhadores que participam desta primeira turma foram indicados pelas unidades de saúde. A ESP-CE realizou desde agosto encontros com gestores para apresentar o Técnico em Hemoterapia para contextualizar a oferta em uma perspectiva nacional e detalhar a programação e o perfil dos profissionais.
Ondina explica que esses momentos foram importantes para esclarecer a importância da formação, mas não foi a única iniciativa da ESP-CE nesse sentido. “Outra estratégia foi a de visitar as unidades que estão envolvidas nessa formação. Fizemos visitas para construir essa vinculação da escola com o serviço. Desta forma trabalhamos a qualificação da demanda, porque, em um primeiro momento, eram listas enormes de interessados. Fomos conversando, refletindo junto e, finalmente, conseguimos chegar ao número de vagas”, afirma.
Mato Grosso do Sul
A Escola Técnica do SUS Professora Ena Araújo Galvão, no Mato Grosso do Sul, já iniciou uma turma do Técnico em Hemoterapia no município de Dourados, localizado há 220 quilômetros da capital, no dia 14 de outubro. Com 36 estudantes, as aulas estão sendo realizadas no Hemonúcleo de Dourados. Esta turma é composta por trabalhadores dos municípios de Ponta Porã, Glória de Dourados, Laguna Carapã, Vicentina, Itaporã, Juti e Dourados. “Foram oferecidas vagas para os municípios que tinham de alguma forma a ligação com a hemorrede. Não são todos que tem profissionais que atuam na área e os que tinham indicaram os trabalhadores que precisariam fazer o curso”, explica Ewangela Cunha, coordenadora pedagógica da escola.
De acordo com ela, os estudantes foram escolhidos por indicação dos gerentes das unidades. “Achamos interessante que nesta escolha teve muita participação direta dos chefes dos setores”, observa. Seguindo esta mesma lógica para qualificar a demanda, a escola pretende iniciar a próxima turma em dezembro, no município de Três Lagoas, também com 36 alunos.
A ETSUS fez uma parceria com o Centro de Hemoterapia e Hematologia de Mato Grosso do Sul (Hemosul) para a elaboração do curso. “Os técnicos do Hemosul foram parceiros na formatação desse projeto, tanto na construção da grade curricular, com os conteúdos que seriam importantes desenvolver, como no fornecimento do local para estágio. Ou seja, toda a parte prática que esse curso terá, vamos realizar dentro dos hemonúcleos ligados à rede estadual”, afirma Ewangela.
O curso é dividido em dois módulos: básico e específico. No primeiro, comum a todos os cursos técnicos oferecidos pela escola, são abordados temas como saúde coletiva, processo de trabalho em saúde, epidemiologia, ética e cidadania. Já o segundo é voltado para temas específicos da área e contará com professores do próprio Hemosul, que passarão por uma capacitação pedagógica.
“Temos professores parceiros da escola que estão acostumados a trabalhar com esse primeiro módulo, então já estão capacitados porque estão trabalhando com a gente em outros cursos técnicos. Haverá uma capacitação específica, quando entrar no segundo módulo, para profissionais que serão docentes. Isso deve ocorrer no ano que vem porque o primeiro módulo deve ir até março ou abril de 2012”, explica a coordenadora.
Oficina de Hemoterapia
No processo para a consolidação do curso Técnico em Hemoterapia, reuniões foram organizadas pela Coordenação Geral de Ações Técnicas em Educação na Saúde do Departamento de Gestão da Educação na Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (Deges/SGTES) e pela a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG), responsável pelo projeto de apoio ao desenvolvimento da formação. O último encontro foi realizado nos dias 16, 17 e 18 de agosto, em Brasília.
A oficina teve como tema ‘Avaliação de Processos de Aprendizagem’. Durante o encontro, cada escola apresentou o método e os instrumentos utilizados nos cursos para avaliação e foram destacadas as especificidades de cada ETSUS. Participaram as ETSUS de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Acre, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Maranhão, Roraima, São Paulo, Tocantins e Pará. Também estiveram presentes os Hemocentros de Tocantins, Minas Gerais, Roraima, Ceará, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
Por Jéssica Santos (Secretaria Executiva de Comunicação da RET-SUS)
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