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03/03/2016 Versão para impressãoEnviar por email

Médica chama atenção para doenças relacionadas ao zika

As arboviroses, os aspectos clínicos, epidemiológicos, biológicos e o diagnóstico do vírus zika estiveram no cerne de debate promovido pela Fiocruz Pernambuco durante dois dias, reunindo especialistas brasileiros e estrangeiros.

O Workshop A,B,C,D,E do vírus zika, promovido pela unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Pernambuco, reuniu especialista brasileiros e de outros países como Escócia, Inglaterra e EUA para debater, durante os dias 1º e 2 de março, as arboviroses, os aspectos clínicos, epidemiológicos, biológicos e o diagnóstico do vírus zika.

A mesa de abertura, composta basicamente por gestores das instituições que lideram as pesquisas em torno do tema, foi unânime ao afirmar que apenas um trabalho solidário, feito em rede, onde o conhecimento e a experiência são compartilhados, poderá levar a comunidade científica a bons resultados envolvendo o vírus zika. No evento, Lúcia Melo, Secretária de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, aproveitou para anunciar o lançamento de um edital, por meio da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), de apoio a projetos de pesquisas envolvendo o vírus zika, na modalidade fast track (projetos que em 30 dias têm que estar na agência de fomento), de três milhões de reais.

 

Complexidade do vírus

O evento, que se destacou com o debate em torno dos aspectos clínicos da zika e da microcefalia, contou com a presença da médica Adriana Melo, do Instituto de Saúde Pública Elpídio Almeida, em Campina Grande (PB). Ela alertou para a necessidade de focalizar outras questões relacionadas ao vírus zika, além da microcefalia. Ela apresentou casos de bebês com ventriculomegalia, que aumenta a espessura dos ventrículos, diminuindo a quantidade de tecido nervoso no cérebro, e de registros de fetos com contratura muscular e articular.

De acordo com a especialista, o padrão do zika é bastante complexo, pois o cérebro não consegue completar sua formação, face ao processo de migração dos neurônios. “As primeiras crianças que nascerem com microcefalia, relacionada ao vírus zika, têm apenas seis meses. É muito cedo para afirmar o que vai acontecer”, atentou a médica que trabalha com medicina fetal e foi uma das primeiras profissionais de saúde a relacionar o vírus a microcefalia no país.

Adriana Melo acredita que o zika é o único responsável pelos casos de microcefalia. Sua afirmação encontra justificativa na inoculação de um vírus similar, encontrado em animais, que pode ter causado neles estragos exatamente iguais aos que se observa nos fetos.

Do debate, participaram também o médico e membro do Comitê Técnico do Ministério da Saúde, Carlos Brito, que falou sobre complicações relacionadas ao zika vírus, e a pesquisadora Ana Van Der Linden, que abordou o diagnóstico clínico/radiológico das microcefalias.

 

Com informações da Fiocruz Pernambuco

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