Encontro regional sobre o Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde (Profaps), sediado em Goiás, se destacou pelo debate sobre a demanda de formação e qualificação dos trabalhadores, a execução financeira do programa e as gestões administrativa e pedagógica das escolas técnicas do SUS do Centro-Oeste que integram a RET-SUS.
A segunda das cinco oficinas regionais sobre o Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde (Profaps) foi realizada nos dias 27 e 28 de agosto, em Goiânia, Goiás. O encontro reuniu escolas técnicas dos SUS (ETSUS) da Região Centro-Oeste, entre elas Centro de Educação Profissional de Saúde do Estado de Goiás (CEP-Saúde), vinculado à Escola Estadual de Saúde Pública de Goiás Cândido Santiago, Escola de Saúde Pública do Mato Grosso (ESP-MT), Escola Técnica de Saúde de Brasília (Etesb) e Escola Técnica do SUS Profª Ena de Araújo Galvão (ETSUS-MS), além de conselheiros de educação da região. Seguindo a programação, o evento foi precedido pelo lançamento do material didático dos cursos técnicos em Citopatologia, Hemoterapia, Radioterapia e Vigilância em Saúde.
Na abertura, o coordenador-geral de Ações Técnicas em Educação na Saúde do Departamento de Gestão da Educação na Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (Deges/Sgtes/MS), Aldiney José Doreto, ressaltou a importância dos encontros regionais. “Foi uma estratégia bastante acertada, um compromisso que assumimos de fazer eventos regionais e fixos”, destacou. Em sua avaliação, os debates promovidos em cada região do país contribuirão para o fortalecimento das escolas. “É muito importante esse momento, para apresentarmos nossas dificuldades e compartilharmos nossas experiências”, disse.
Doreto também falou sobre a capacidade que as ETSUS têm de alavancar com a educação profissional em saúde. “As ETSUS se diferenciam por ter sua porta aberta para os profissionais de saúde, por ser descentralizada e por ter como foco principal o aluno-trabalhador. Essas características, às vezes, provocam difícil compreensão para aqueles que não estão dentro da Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS)”, observou. De acordo com o coordenador, é preciso compreender a complexidade de formação de um aluno que é trabalhador da Saúde. “Nossas escolas, muitas vezes, são as únicas a levar educação ao profissional que está em área isolada, onde não tem estrutura física de uma instituição de ensino”, lembrou.
Da mesa de abertura participaram a diretora da Escola Estadual de Saúde Pública de Goiás Cândido Santiago, Meire Incarnação, a coordenadora do CEP-Saúde, Maria Zélia Pinheiro Fernandes, e a diretora da ETSUS-MS e representante da Região Centro-Oeste na RET-SUS, Evelyn Ana Cafure. Para Evelyn, a oficina é uma oportunidade de reunir as escolas para tratar de suas fragilidades e potencialidades. “O encontro nos ajuda a fazer as ações planejadas, acompanhadas e orientadas pelo Ministério da Saúde”, observou.
A oficina, cujo objetivo foi debater a demanda de formação e qualificação dos trabalhadores, a execução financeira do Profaps e as gestões administrativa e pedagógica das escolas técnicas do SUS, foi organizada em exposições dialogadas sobre os temas, com destaque para as experiências bem-sucedidas, as situações inusitadas e os nós críticos. “Tivemos condições de ver como está preocupante a situação da região em relação ao Profaps. O debate permitiu mexer com os estados que estão com recursos parados”, avaliou Evelyn. Ela acredita em uma mudança de panorama a curto e médio prazos “Há esperança que o Profaps alavanque nos estados com a vinda do Ministério da Saúde. Precisamos agora é de mais gente comprometida dentro da escola”, concluiu.
Ao fim das exposições, Doreto reforçou o quanto a oficina ajuda a pensar o papel das ETSUS no estado, além de aperfeiçoar as ações voltadas para a formação profissional de nível médio e identificar as reais demandas de formação e qualificação dos trabalhadores de nível médio do SUS. “Temos visto que isso tem criado uma motivação maior nas escolas, principalmente na que sedia a oficina”, disse. Ele lembrou que a baixa execução dos recursos do Profaps deve-se, muitas vezes, à falta de instrumentos legais que permitam que as escolas caminhem. “Nesse contexto, a oficina tem o papel de fortalecer a organização regional da rede, e a perspectiva é que, ao fim dos encontros, as escolas consigam acelerar o processo de execução física e financeira do Profaps”, finalizou.
A próxima Oficina Regional Profaps será realizada no Espírito Santo, nos dias 22 e 23 de outubro. Até o fim do ano, outras oficinas serão realizadas nas regiões Nordeste e Sul, respectivamente.
Por Flavia Lima, da Secretaria de Comunicação da RET-SUS
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