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12/12/2005 Versão para impressãoEnviar por email

Palestras sobre Comunicação e Informação ajudam o debate

Participantes apontaram problemas e propostas. CNS apresentou o Cadastro Nacional dos Conselhos de Saúde como principal estratégia de comunicação.

Duas palestras deram início aos debates do Seminário Nacional de Comunicação, Informação e Informática em Saúde, que aconteceu nos dias 8 e 9 de dezembro, em Brasília. Áurea Pitta, pesquisadora do Centro de Informação Científica e Tecnológica (CICT/Fiocruz) e doutora em comunicação, começou explicando que, para ser de qualidade, a informação deve ter vínculo com a vida cotidiana da população. Ela definiu informação como “discurso social”, ou seja, uma forma de se mostrar a realidade, que nunca é neutra. Segundo ela, quando se decide que é preciso fazer um pacto, como o que foi proposto pelo Seminário, é porque se considera que as informações em saúde não estão fazendo sentido para a melhoria das condições de vida. Citando autores da área, a pesquisadora relacionou comunicação e democracia, chamando atenção para a necessidade de se construírem processos coerentes com uma democracia participativa e não só representativa. Por fim, Áurea destacou a importância das novas tecnologias de comunicação e informação, sem as quais, segundo ela, o controle social não vai conseguir competir com a velocidade decisória dos governos e das grandes corporações privadas. “Temos que deliberar coletivamente, mas com visibilidade pública”, disse.

A segunda palestrante foi Ilara Hammerli, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz). Ressaltando que aumentar o acesso não é suficiente, ela apresentou uma relação do que julga serem as principais dificuldades para uma política nessa área: a ausência de uma cultura de informação; o uso de linguagem não adequada para disseminação das informações; o sucateamento das instâncias públicas; e a forte pressão das empresas de informática em disputa pelo mercado da saúde; dentre outros. Ela fez ainda um alerta: a discussão sobre informação e informática vem sendo reduzida à questão da técnica, como se essa fosse uma área meio. “Separar a política da técnica desarma o cidadão”, avisou.
 
Os debatedores, um professor de jornalismo da USP, Bernardo Kucinski, e uma conselheira de saúde, Maria Leda Dantas, chamaram atenção para dois problemas recorrentes nas estratégias de comunicação: o uso de linguagem não apropriada e a baixa capacidade de escuta.

Também para ajudar nos debates, foi organizada uma mesa com relato de seis experiências de comunicação e informação em conselhos de saúde do país. O conselho municipal de saúde de Belo Horizonte surpreendeu, com a apresentação, feita por uma jornalista, de um planejamento de comunicação estruturado que inclui até um jornal bimestral.

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