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25/09/2013 Versão para impressãoEnviar por email

Pesquisa avaliará o uso racional de medicamentos no Brasil

A Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos, iniciativa inédita do Ministério da Saúde, entrevistará 38,4 mil pessoas, em 245 municípios brasileiros, sobre temas como o uso de remédios, acesso aos produtos no Sistema Único de Saúde (SUS), uso racional de medicamentos e automedicação

A Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (Pnaum), iniciativa inédita do Ministério da Saúde, entrevistará 38,4 mil pessoas, em 245 municípios brasileiros, sobre temas como o uso de remédios, acesso aos produtos no Sistema Único de Saúde (SUS), uso racional de medicamentos e automedicação. O Núcleo de Assistência Farmacêutica da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (NAF/Ensp/Fiocruz) e o Centro Colaborador em Políticas Farmacêuticas da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) fazem parte do grupo de instituições que conduzirão o inquérito, sob a coordenação das pesquisadoras Maria Auxiliadora de Oliveira e Vera Lúcia Luiza. “O NAF esteve presente em todos os processos de elaboração do inquérito, participando da construção do referencial teórico-metodológico, do processo de testagem e treinamento dos pesquisadores de campo. É a primeira experiência dessa abrangência no Brasil”, revela Maria Auxiliadora.
A pesquisa será dividida em duas etapas. A primeira será realizada nos domicílios dos 26 estados e no Distrito Federal. A segunda parte consistirá na aplicação de questionários nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). O público entrevistado será dividido por gênero, escolaridade e em sete faixas etárias — de crianças a idosos. As informações serão transmitidas em tempo real por tablets, e a previsão é que, no início de 2014, os dados do inquérito estejam finalizados.

Serão 140 entrevistadores responsáveis por coletar os dados que serão analisados por professores-pesquisadores de 12 instituições parceiras do Ministério, entre elas universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), Minas Gerais (UFMG), Ceará (UFC), Brasília (UnB), Santa Catarina (UFSC), Bahia (UFBA), São Paulo (Unifesp), Pelotas (UFPel) e Campinas (Unicamp), Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

A pesquisa analisará, também, as formas de acesso a esses produtos no SUS, seja pelo programa Farmácia Popular ou pelas drogarias privadas, se as pessoas seguem as prescrições médicas e se persistem no tratamento com medicamentos, além de conferir se há variação no acesso aos remédios de acordo com as condições sociais, econômicas e demográficas; e avaliar os serviços de assistência farmacêutica na Atenção Básica e o uso racional de medicamentos da população.

De acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, a pesquisa encontra justificativa nas estatísticas sobre intoxicação de medicamentos, causa de quase 60 mil internações nos últimos cinco anos. “A pesquisa vai oferecer um diagnóstico sobre a relação da população com o remédio e mostrar o que ainda podemos melhorar. Já aumentamos a oferta de remédios, e o orçamento para a compra de medicamentos subiu quase seis vezes nos últimos dez anos. Queremos garantir que toda a população saiba que o tratamento está à disposição e como fazê-lo da forma mais segura possível”, destacou.
Ainda segundo Gadelha, que também é pesquisador da Ensp/Fiocruz, o medicamento é um bem somente se for usado de forma adequada. “Queremos mostrar para as pessoas que a saúde é composta de uma série de bons hábitos, desde uma boa alimentação à prática regular de exercícios. Precisamos evitar que o brasileiro persista na ideia de que somente o medicamento traz saúde e qualidade de vida. A saúde é um conjunto de ações”, orientou.

Por Jéssica Santos, da Secretaria de Comunicação da RET-SUS, com informações do Informe Ensp
http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/33686

Leia mais sobre o assunto na Edição nº 55 da Revista RET-SUS
http://www.retsus.fiocruz.br/uploadsistema/revista/pdf/revista55.pdf

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