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14/07/2017 Versão para impressãoEnviar por email

Potencialidades e possibilidades da RET-SUS e da Rede EPCT

Na segunda parte do Encontro Regional RET-SUS - Oficina Centro-Oeste e Norte, realizada pela EPSJV e o Ministério da Saúde, no dia 6 de julho, em Brasília, as escolas integrantes da  RET-SUS e da Rede EPCT apresentaram suas histórias, seus cursos e suas demandas.

Divididos por região geográfica, na segunda parte do Encontro Regional RET-SUS - Oficina Centro-Oeste e Norte, realizada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (ESPJV), como parte de uma cooperação entre a instituição e a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, no dia 6 de julho, em Brasília, as escolas integrantes da Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS), do Ministério da Saúde, e da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica na Educação Profissional em Saúde (EPCT), do Ministério da Educação, tiveram cerca de dez minutos para apresentar um pouco da história, campi, cursos e demandas da instituição que representava.

No grupo da Região Centro-Oeste, Ena Galvão, diretora da Escola Técnica de Saúde de Brasília (Etesb), integrante da RET-SUS, resgatou a história das ETSUS, que surgem com a necessidade de formar quase 300 mil profissionais espalhados pelo país. Segundo ela, a Etesb, criada em 1960, foi a primeira escola do Distrito Federal a formar quadro da saúde. “Hoje, a Etesb está passando por um processo de resignificação e quebra de paradigmas. A escola voltou a trabalhar para o SUS”, caracterizou. Representando o Instituto Federal (IF) de Brasília, integrante da Rede EPCT, Rodrigo Alfani contou que a instituição tem dez campi (Brasília, Ceilândia, Estrutural, Gama, Planaltina, Riacho Fundo, Samambaia, São Sebastião, Taguatinga e Taguatinga Centro), com docentes, em sua maioria, bacharéis em engenharia elétrica e diversos cursos voltados para as áreas de manutenção de equipamentos biomédicos, alimentos, além de atividades formativas de extensão, como o curso de Doulas e Cuidador de Idosos. Alfani acrescentou que o IF Brasília apresenta demandas de parceria com a Etesb. 

No grupo da Região Norte, Raimundo Sena, diretor da ETSUS Pará, integrante da RET-SUS, ressaltou que, em 2017, a escola somou mais de mil alunos matriculados nas qualificações em Agente Comunitário em Saúde, Combate a Endemias e Conselheiros Estaduais de Saúde, além da Atualização em Prevenção do Câncer do Colo de Útero. Segundo Sena, a metodologia utilizada na escola é da problematização e articulação ensino-serviço, e o corpo discente é o trabalhador do SUS, entre eles mestres, licenciados e alguns doutores. “Nossos estágios são realizados nas unidades de saúde públicas e privadas. As ofertas são definidas de acordo com as necessidades de saúde”, revelou.

 

Possibilidades de articulação

Como possibilidade de articulação, o diretor informou que a ETSUS Pará pode contribuir com o espaço físico na sede da escola, porém gostaria que os IFs colaborassem com as estruturas físicas para as turmas descentralizadas. “Além disso, podemos contribuir com a facilitação da articulação de estágios com a secretaria estadual de saúde. No que diz respeito a cursos, podemos contribuir com a formação inicial, o técnico e o pós-técnico”, detalhou.

A representante do Instituto Federal (IF) do Pará, Helena Cunha, esclareceu que o IF tem 17 campi com áreas de abrangências com arranjos produtivos locais, compatíveis com o mercado de trabalho. Em 2002, o IF do Pará teve o primeiro Técnico em Registro de Saúde. Helena contou que, na área da saúde, já ofertaram cursos de Cuidador de Idosos, Agente Comunitário de Saúde e Radiologia, com 100% de empregabilidade. “Deixamos de ofertar os cursos, porque não conseguimos garantir a empregabilidade dos alunos e isso gerava uma taxa de evasão”, lamentou. O instituto forma para o mercado de trabalho, mas também dialoga com o SUS, segundo Helena. Como ponto forte, ela destacou os laboratórios de informática e as salas com boa estrutura. “Mas precisamos ter um protótipo de unidade básica, para organizar uma boa qualificação e o campo de estágio”, realçou.

 

Resultados finais

Na parte da tarde, os participantes foram divididos em quatro grupos de trabalho — Oferta de Cursos Técnicos, Formação Docente, Estágios e Materiais Didáticos —, debruçando-se nas contribuições que poderiam ofertar e receber, sob o aspecto da articulação entre os Institutos Federais e as Escolas Técnicas do SUS. A jornalista Katia Machado, editora da Secretaria de Comunicação da RET-SUS, relatora do grupo Formação Docente, apontou resumidamente as proposições do conjunto, com destaque para a realização de um mapeamento da oferta de cursos da rede EPCT e da demanda e do perfil do corpo docente da RET-SUS e a necessidade de estabelecer parcerias entre as redes para a formação pedagógica  e a formação profissional em saúde, identificando que tipo de formação cada escola pode ofertar.

Em seguida, Marcello Coutinho, professor e pesquisador da EPSJV/Fiocruz, e Jefferson Almeida, coordenador do Projeto Apoio Estratégico e Fortalecimento da Formação Técnica de Nível Médio em Saúde, que estavam na condução do grupo Estágios, realçaram as demandas levantadas pelo grupo, como as questões do seguro — burocracia de documentos e termos de compromisso — e  orçamentária. "Algumas instituições conseguem caminhar com mais facilidade e outras, não”, destacou Coutinho.

No grupo Material Didático, Danielle Cerri, professora e pesquisadora da EPSJV, indicou a disposição de todos pelas possibilidades de trocas. “Todos podem doar e receber de alguma forma. Por mais que os cursos sejam temporários, o material que fica de acervo pode ser disponibilizado”, iluminou, acrescentando que há materiais a ser verificados nas bibliotecas e que podem ampliar ainda mais essa possibilidade de troca. Danielle iluminou a necessidade do grupo de qualificação para a elaboração de material didático, sobretudo em face das peculiaridades de cada região e da demanda local. Outro ponto de destaque foi a demanda comum em torno da falta de modelos anatômicos, como atlas e membros, no intuito de qualificar a proposta pedagógica.

Ao fim do evento, a coordenadora-geral de Ações Técnicas em Educação na Saúde (Cgates), Roberta Fernandes, agradeceu a presença de todos e reafirmou o compromisso da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde (Sgtes/MS) na realização de uma oficina nacional para que seja revisto todo o processo de trabalho, nas cinco regiões brasileiras. “A proposta é que, no fim de todos os encontros, nós façamos um nacional para trazer as devolutivas de tudo que foi colocado aqui”, finalizou.

 

Por Ana Paula Evangelista e Julia Neves, da Secretaria de Comunicação da RET-SUS

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