Eventos e publicações marcam comemoração da data que, este ano, homenageia os trabalhadores. Relatório da OMS faz um diagnóstico da força de trabalho em saúde no mundo.
De acordo com o resumo do Relatório Mundial da Saúde de 2006, intitulado ‘Trabalhando juntos pela Saúde’, existe no mundo um total de 59,2 milhões de trabalhadores de saúde remunerados atuando em tempo integral. Além disso, o relatório destaca que os prestadores de serviço constituem dois terços da força de trabalho global da área da saúde, sendo o restante composto por gestores em saúde e trabalhadores de apoio. Contudo, foi detectada uma crise global da força de trabalho da área da saúde, caracterizada pela escassez crônica de profissionais. Esse cenário, segundo o relatório, é resultado de décadas de falta de investimento em ensino, treinamento, remuneração, infra-estrutura e gerenciamento.
Dos 57 países citados, 36 são da África Subsaariana, o que, segundo o relatório, coloca a região no centro da crise. São 24% da carga global de doenças, tratadas por apenas 3% do total de trabalhadores, que atuam com menos de 1% dos desembolsos mundiais com saúde. A previsão é de que a crise se aprofunde nos próximos anos, devido ao aumento da demanda por prestadores de serviço de saúde, tanto em países pobres quantos nos ricos.
O resumo do Relatório aponta algumas estratégias para combater esses problemas. Entre elas, a garantia da qualidade da educação e a revitalização das capacidades de recrutamento, além da promoção de condições seguras de trabalho e do desenvolvimento de liderança e gestão em saúde e em outros setores correlacionados como a educação e as finanças. O relatório, que estabelece um Plano de Ação para os próximos dez anos, ressalta ainda a importância da “solidariedade global” e da aliança entre as partes interessadas; governos nacionais, sociedade civil, organizações não-governamentais, instituições financeiras, doadores, trabalhadores, agências das Nações Unidas, acadêmicos e outros.
Outra publicação de referência para essa discussão é a cartilha ‘Chamado à Ação de Toronto’ para uma Década de Recursos Humanos em Saúde (2006-2015). Segundo o documento, atores nacionais e internacionais, do setor da saúde, de outros setores relevantes, bem como da sociedade civil devem ser mobilizados “para construir coletivamente políticas e intervenções para o desenvolvimento dos recursos humanos em saúde”. A idéia é que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio propostos pela ONU, as prioridades nacionais de saúde e o acesso aos serviços de saúde com qualidade para todos os povos das Américas norteiem as atividades relacionadas ao tema até o ano de 2015.
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