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25/06/2015 Versão para impressãoEnviar por email

Renovar é central para Rede de Escolas em Saúde Pública

A discussão e a aprovação de um novo marco regulatório marcaram o último dia do 11º Encontro Nacional da Rede de Escolas e Centros Formadores em Saúde Pública (RedEscola), realizado na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz). 

As discussão e aprovação de um novo marco regulatório marcou o último dia do 11º Encontro Nacional da Rede de Escolas e Centros Formadores em Saúde Pública (RedEscola), realizado na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), entre os dias 10 e 12 de junho. Segundo o filósofo e antropólogo Caco Xavier, integrante da Secretaria Executiva da Rede, sediada na Ensp, o regulamento tem como objetivo organizar o funcionamento e as ações desta iniciativa. “É um conjunto de regras construídas coletivamente. A equação é fazer com que essas regras contribuam para a identidade e o movimento da Rede e que não engessem suas ações e aspirações”, explicou.

Segundo Caco, a RedEscola está pautada na ideia de constante renovação. “Apesar dos poucos anos de existência, foram muitos os momentos em que tivemos de nos reinventar”, esclareceu. Para ele, no momento em que essa qualidade de renovação não for percebida, a Rede terá perdido a capacidade de responder aos problemas. “A renovação que queremos agora é fruto de uma paciente construção interna, que ganha visibilidade com a validação de um regulamento, com a maturidade dos ambientes decisórios e, por fim, da criação de uma nova marca para a Rede”, citou.

Há, ainda, de acordo com Caco, um aspecto da renovação que está ligado à forma como as escolas têm se relacionado entre si e na própria Rede, como atores políticos importantes no cenário nacional da formação em Saúde. “Por isso, marcamos este encontro com a palavra ‘renovação’ aliada, ainda, a uma outra palavra, que é ‘qualidade’”, frisou. Segundo ele, os valores expressos no novo marco regulatório devem dar conta da continuidade e da sustentabilidade das ações e funcionamento da Rede, apesar de reconhecer que isso faz parte de um momento atual. “Sabemos que, em um futuro breve, seremos obrigados a avaliar esses valores, refletir sobre eles e, talvez, modificá-los”, afirmou, lembrando que o próprio regulamento aprovado prevê tal possibilidade.

 

Momento das escolas

Além do novo marco regulatório, o último dia do encontro foi dedicado ao compartilhamento de experiências exitosas. A superintendente de Educação da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG), Ludmila Brito e Melo Rocha, falou sobre a Oficina de Educação Popular em Saúde Mental para Populações Assentadas e Acampadas em Projetos de Reforma Agrária de Minas Gerais. A iniciativa, realizada entre 2012 e 2013, contou com três etapas presenciais: a primeira com 35 lideranças de saúde do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de Minas Gerais, de cerca de 30 acampamentos e assentamentos; a segunda com 35 trabalhadores do SUS de 20 municípios mineiros; e a terceira com 70 participantes em geral. “A oficina tinha como objetivo contribuir com a produção de cuidados que respondessem às necessidades de saúde das populações assentadas e acampadas, sobretudo àquelas relacionadas ao uso abusivo de drogas e ao sofrimento mental grave”, explicou.

Ludmila ressaltou que o trabalho resultou na produção de novas compreensões sobre o sofrimento mental e o uso nocivo de álcool e outras drogas, além de valorizar as práticas de cuidado e as formas de luta por saúde de todos os envolvidos.

 

Por Flavia Lima, repórter da Secretaria de Comunicação da RET-SUS

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