A Saúde é a área que tem o maior número de alunos cursando Educação Profissional no Brasil. Responsável por 31,5% das matrículas desse segmento, ela é seguida pelos campos de Gestão, Indústria e Informática. É isso que revela o Censo Escolar sobre Educação Profissional Técnica de Nível Médio, realizado pelo Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – em 2006.

A pesquisa também mostra a expansão de 26,9% da Educação Profissional no Brasil entre 2003 e 2005. Nesse período, o número de escolas que oferecem cursos dessa modalidade educacional subiu de 2.789 para 3.294, revelando um aumento de 18,1%. Entre esses 505 novos estabelecimentos, podem ser contabilizadas as ETSUS que nasceram nesse período, principalmente na região Norte do país.  A quantidade de alunos atendidos cresceu em proporção ainda maior que as escolas, passando de 583,5 mil para 747 mil, um salto de 26,9%. Na área da Saúde, esse número aumentou em quase 36% desde 2003. Para Joana Ribeiro, chefe de divisão da Coordenação Geral de Avaliação da Educação Profissional e Tecnológica, da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC), a maior oferta de cursos técnicos em Saúde faz com que, naturalmente, mais pessoas busquem esse tipo de formação. “Mas é preciso atentar para o fato de que, com esse crescimento, podem surgir cursos de má qualidade, oferecidos por instituições que tenham outros interesses além da formação de técnicos para o mercado de trabalho”, alerta. Outro dado exposto pelo censo é a grande participação dos estabelecimentos privados na oferta de cursos técnicos, que se manteve em mais de 70% nos três anos, contra 19,9% das instituições estaduais, 4,7% das federais e 4,2% das municipais.

O relatório apresenta ainda a distribuição desses estudantes segundo sexo e faixa etária. Embora no geral haja equilíbrio entre os sexos, na Saúde são as mulheres que mais procuram os cursos de Educação Profissional, totalizando cerca de 70% dos alunos. Destes, 73% têm entre 20 e 39 anos, o que, dada a numerosidade de matrículas em Saúde, explica o crescimento das faixas de idade mais velhas no resultado geral. Mas esses dados, especificamente, não contemplam os alunos que estudam na modalidade integrada — em que o ensino médio e a Educação Profissional compõem um único currículo e uma única matrícula.

O Censo Escolar é uma pesquisa declaratória anual de abrangência nacional, que conta com a participação das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação. Segundo Maria Inês Pestana, diretora de estatísticas da educação básica do Inep/MEC, os questionários foram distribuídos às escolas, que se responsabilizaram pelo envio das respostas. O documento final, entretanto, não contém informação sobre a amostragem de escolas registradas.