Imbuída na campanha mundial 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra Mulher, realizada em mais de 150 países, no período de 25 de novembro a 10 de dezembro, a equipe da Escola Técnica do Sistema Único de Saúde (ETSUS) Blumenau iniciou debates sobre o tema nas turmas de cursos em andamento. Fruto dessa iniciativa, os alunos do curso Técnico em Saúde Bucal produziram um painel temático, lembrando, também, outras datas afins e próximas ao Dia Internacional de Não-Violência contra a Mulher, comemorado em 25/11, como o Dia Nacional da Consciência Negra (20/11), o Dia Mundial de Combate a Aids (1º/12) e o Dia Internacional dos Direitos Humanos (10/12).
Na mesma direção seguiu a Escola Municipal de Saúde de São Paulo (EMS). Para marcar as celebrações do Dia Internacional de Não-Violência contra a Mulher e a campanha mundial, a EMS e a Área Técnica Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realizaram, no auditório do Centro Universitário São Camilo, em 25/11, o seminário Direitos sexuais e reprodutivos e enfrentamento à violência contra mulheres nos serviços de saúde. O evento, cujo objetivo foi sensibilizar os trabalhadores sobre o tema, a fim de promover o acolhimento qualificado de vítimas de violência doméstica e sexual, nas próprias unidades básicas de saúde, contou com a participação de mais de 100 profissionais.
Violências do cotidiano
Foram discutidas diversas temáticas em torno do tema da campanha, com destaque para as políticas públicas de saúde da mulher, a violência de gênero, o atendimento a vítimas na rede municipal de saúde, os direitos reprodutivos e as violências presentes no cotidiano do atendimento. A médica Karina Barros Cálice Batista, coordenadora da Coordenadoria Regional Sudeste (CRS-Sudeste) da SMS, apresentou o mapeamento dos serviços que atendem pessoas em situação de violência sexual. Segundo ela, é necessário que os profissionais da saúde tenham um olhar mais apurado na hora do atendimento. “Muitas vezes o paciente chega aos serviços de saúde com inúmeras queixas, sem saber identificar ao certo o problema. Por isso, a sensibilidade do profissional é essencial, tendo em vista que se trata de uma intervenção social e que necessita também de políticas públicas específicas”, destacou. Coube a Jacqueline Isaac Brigagão, docente do curso de obstetrícia da Universidade de São Paulo (USP) Leste, apresentar a palestra Os direitos reprodutivos e as violências presentes no cotidiano do atendimento. “Antes de se combater a violência no cotidiano dessas mulheres, é indispensável olhar para a violência presente nos próprios serviços de saúde, decorrente, muitas vezes, do despreparo dos profissionais”, observou.
O seminário deu início, ainda, ao projeto Capacitação em Direitos Sexuais e Reprodutivos e Violência de Gênero, para as equipes das unidades básicas da CRS-Sudeste, por iniciativa da SMS, por meio da EMS, e da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM) de São Paulo. Ana Lucia, médica obstetra e assessora da SMPM, e Ester Finguerut, diretora da Divisão de Educação da EMS, apresentaram o curso que é destinado aos profissionais de níveis básico, médio e superior. A capacitação foi estruturada em 68 horas e subdividida em seminários, oficinas e rodas de conversas. As atividades estão programadas para o início de 2015.
Comentar