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06/11/2014 Versão para impressãoEnviar por email

A relevância da Educação Profissional em Saúde

O Seminário Nacional da RET-SUS, realizado em Belém, concomitantemente ao 66º Congresso Brasileiro de Enfermagem, se destacou pela realização da primeira edição da Mostra Nacional de Saberes da Educação Profissional em Saúde, cujo protagonismo foi dos alunos e professores das ETSUS.

Discutir e alinhar os eixos da gestão das escolas técnicas do SUS e contribuir com reflexões acerca das metodologias aplicadas a processos de aprendizagem e para o realinhamento do planejamento e execução do Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde (Profaps). Esses foram os objetivos do Seminário Nacional da Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS), promovido em Belém, de 28 a 31 de outubro. O evento ocorreu concomitantemente ao 66º Congresso Brasileiro de Enfermagem (CBEn), reunindo diretores, coordenadores pedagógicos, professores e alunos das 40 escolas técnicas do SUS (ETSUS), além da equipe técnica da Coordenação-Geral de Ações Técnicas em Educação na Saúde do Departamento de Gestão da Educação na Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (Deges/Sgtes), responsável pela promoção do encontro, e da Secretaria de Comunicação da RET-SUS. Além de mesas redondas, rodas de conversas e oficinas, o seminário trouxe, de forma inédita, a 1ª Mostra Nacional de Saberes da Educação Profissional em Saúde das ETSUS, com a participação de alunos e docentes (ver matéria aqui no site sobre a mostra).

Na mesa de abertura, Aldiney Doreto, coordenador-geral de Ações Técnicas em Educação na Saúde e da Rede, reforçou a importância da discussão do ideário, metas e objetivos das escolas. O coordenador agradeceu, ainda, a Associação Brasileira de Enfermagem (Aben) pela colaboração na realização do seminário. A mesa foi composta por Felipe de Oliveira Cavalcanti, diretor substituto do Deges, Rosa Godoy, representando a Aben, Anna Lúcia de Abreu, diretora da ETSUS Acre e representante da região Norte na Rede, e Hêider Aurélio Pinto, secretário da Sgtes, que falou sobre o protagonismo dos profissionais técnicos na execução dos protocolos de atuação, principalmente nas Redes de Atenção à Saúde, e a importância da participação do Ministério da Saúde nesse processo. “Devemos fomentar as discussões entres gestores, trabalhadores e usuários”, resumiu.

Intensos debates
As escolas acompanharam as discussões sobre os temas das tecnologias educacionais na formação profissional técnica, da informação e da comunicação na RET-SUS, com destaque para o papel dos portais e repositórios de conteúdos e o lançamento do novo site da RET-SUS, dos programas Brasil Profissionalizado, Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e de Educação Profissional e Tecnológica na Modalidade a Distância (Rede e-Tec Brasil) e das diretrizes e referências curriculares para formação profissional técnica em enfermagem. Duas outras atividades fizeram parte da programação do evento: a oficina sobre a Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez na formação técnica no âmbito da RET-SUS; e a roda de conversa sobre o Projeto Caminhos do Cuidado, de formação em saúde mental dos auxiliares e técnicos em enfermagem e dos agentes comunitários em saúde, com o foco no cuidado de usuários de crack, álcool e outras drogas.

Na avaliação de Claudia Lange, diretora da ETSUS Blumenau e representante da Região Sul, o seminário representou um momento importante para consolidação dos trabalhos da Rede. “O evento ocorreu em um momento de transição para muitas escolas, mas, mesmo assim, trouxe temas enriquecedores e desafiantes para o nosso cotidiano, como as questões pedagógicas, a educação a distância e o novo site da RET-SUS”, avaliou, ressaltando que foi possível refletir para onde se quer que a Rede siga.
Para Anna Lúcia Abreu, diretora da ETSUS Acre, o evento proporcionou a todas as escolas a troca de experiências bastante ricas para a formação profissional em saúde. “As mesas trataram de assuntos e temas bastante interessantes”, observou, revelando sua satisfação de participar de um encontro da RET-SUS na região que representa.

Ponto de partida

A conferência de abertura do seminário, sob o tema As metodologias ativas e a Educação Profissional Técnica de Nível Médio para a Saúde: significado, alternativas válidas, qualidade e responsabilidade, conduzida pela professora Neusi Aparecida Navas Berbel, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, buscou auxiliar as coordenações pedagógicas das escolas a entenderem os processos de aplicação das metodologias ativas adotadas na formação, principalmente as relacionadas à problematização, como o Arco de Maguerez (elaborado na década de 1970 e tornado público por Bordenave e Pereira a partir de 1977, a metodologia é aplicada como um caminho de educação problematizadora, inspirada em Paulo Freire). “Será que alguma metodologia não é ativa? Quem é ativo? A metodologia ou as pessoas que se apropriam dela?”, questionou a professora e autora do livro Metodologia da Problematização: fundamentos e aplicações, provocando a reflexão coletiva.

Berbel explicou que a metodologia desenvolve-se por meio de cinco etapas: observação da realidade (formulação do problema); definição dos pontos-chave; teorização; hipóteses de solução; e aplicação à realidade (prática). Segundo ela, entre todas as etapas, a primeira é a mais desafiante, talvez pela insegurança em se saber quando se está diante de um problema ou se o mesmo é relevante ou não. “Desde o início da nossa escolaridade, quando começamos a aprender Matemática, História, Ciências Biológicas etc., nos acostumamos a responder aos problemas formulados e trazidos pelos professores. Formular problemas não faz parte da nossa tradição de estudantes”, ilustrou. O tema fez parte também de uma oficina de dois dias, com o objetivo de entender as dificuldades específicas de cada escola da Rede.

O álbum de fotos do Seminário da RET-SUS está disponível na página da Rede no facebook.

Por Ana Paula Evangelista, repórter da Secretaria de Comunicação da RET-SUS.
 

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