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13/07/2016 Versão para impressãoEnviar por email

RET-SUS discute perspectivas da educação profissional no Brasil

A Oficina Nacional da Rede de Escolas Técnicas do SUS reuniu todas as representações em Brasília, durante dois dias de debates, focalizando o fortalecimento das instituições formadoras para o SUS.

“O objetivo do nosso encontro é alinhar o trabalho com todos os atores envolvidos com a Rede, a ser realizado até 2018”, anunciou Cláudia Brandão, diretora substituta do Departamento de Gestão da Educação na Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde e coordenadora-geral de Ações Técnicas em Educação na Saúde do Ministério da Saúde (Sgtes/MS), ao abrir a Oficina Nacional da Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS), realizada em Brasília, nos dias 7 e 8 de julho. Em respostas às críticas que escutou ao assumir a Coordenação de Ações Técnicas em Educação na Saúde de que a formação técnica estaria atrasada há 20 anos, ela citou algumas ações que estão sendo desenvolvidas para superar o problema, a exemplo da criação de uma metodologia para avaliar e dimensionar as demandas de formação profissional em saúde, em parceria com o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz), uma aproximação com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), que já abriga a Secretaria de Comunicação da RET-SUS, por meio do Projeto Apoio Estratégico e Fortalecimento da Formação Técnica de Nível Médio em Saúde, e, por fim, uma parceria com o Ministério da Educação (MEC).

Sobre esse último ponto, a representante da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) Francismara Alves de Oliveira Lima destacou a importância de entender como funciona a educação profissional, dada as suas peculiaridades em relação à educação básica. “O maior desafio é tentar adequar-se ao dinamismo do mercado de trabalho. Por outro lado, há setores da educação profissional e tecnológica que são estáveis, como é o caso da saúde”.  Ela defendeu a aproximação entre os mistérios da Saúde e da Educação, observando que tal estratégia poderá suprir a deficiência de oferta de cursos de formação inicial. Atualmente, citou, o eixo saúde do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) — mola propulsora da educação profissional no país, vinculado ao MEC — conta com quatro formações, sendo duas de formação inicial. Além disso, os parceiros que ofertam os cursos não fazem nenhum acompanhamento de egressos. “Precisamos trazer para a sala de aula a preparação específica de cada realidade e a RET-SUS poderá ser um importante ofertante desse eixo do programa”, vislumbrou a representante do MEC, reforçando que essa poderá ser uma das formas de ampliar a demanda reprimida.

Novos horizontes

Ainda na mesa de abertura, o diretor da EPSJV/ Fiocruz, Paulo César de Castro Ribeiro, apontou alguns aspectos do Projeto Apoio Estratégico e Fortalecimento da Formação Técnica de Nível Médio em Saúde, que inclui uma proposta de articulação entre a RET-SUS e a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (EPCT) do MEC, a Secretaria de Comunicação da RET-SUS, a qualificação docente dos trabalhadores das escolas da Rede e o apoio institucional a estas instituições. “Essas ações poderão tornar a RET-SUS cada vez mais forte e com mais capacidade de ofertar processos formativos, conseguindo caminhar com as ações e forças acumuladas pelas escolas e dando a elas mais autonomia”, observou.  Cada eixo do projeto foi apresentado detalhadamente no segundo dia do encontro.

Do encontro, participou também a representante da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Karilany Coutinho, que falou sobre a versão 2.0 do Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS (AVA-SUS) — trata-se de uma plataforma de aprendizagem desenvolvida pela UFRN, a pedido do Ministério da Saúde, para atender cerca de 3,5 milhões de pessoas que atuam na área da saúde, em especial profissionais formados pelas ETSUS.  Segundo Karilany, a nova versão do ambiente virtual está mais avançada e, apesar de estar ainda em fase de implantação, já conta com 60 mil usuários e mais de 30 mil certificados emitidos. Outro sistema virtual em desenvolvimento pela UFRN é o Sistema Acadêmico que, segundo Karilany, será disponibilizado inicialmente para dez escolas da Rede.

Coube à representante do Icict/Fiocruz, Mel Bonfim, falar sobre o Qualitec, nome provisório dado ao projeto que pretende ofertar 152.500 vagas em cursos de formação inicial e continuada, entre os anos 2016 e 2018. A iniciativa tem como foco inicial os eixos temáticos acolhimento em saúde, segurança do paciente, vigilância em saúde e saúde mental. O objetivo da proposta é desenvolver infraestrutura, metodologias e módulos educacionais em áreas prioritárias do SUS, contemplando atividades presenciais e a distancia — tendo o suporte para isso do AVA-SUS.

Todas as fases do Qualitec contam com as ETSUS como ofertantes de 22 mil vagas ainda em 2016. A próxima fase será a de demanda potencial, que precisará ser construída ao longo dos anos para atender a formação de mais 130 mil trabalhadores até 2018. Por fim, como atividade de educação permanente, o projeto pretende trazer um modelo de demanda para as formações em saúde.

Lançamento

O Observatório do Caminhos do Cuidado, fruto de um projeto de formação de 292.196 agentes comunitários de saúde e auxiliares e técnicos em enfermagem na área da saúde mental, com foco no cuidado de usuários de álcool, crack e outras drogas, foi oficialmente lançado no encontro. A iniciativa, também coordenada pelo Icict/Fiocruz, por meio de convênio com o Deges/Sgtes/MS, reúne tecnologias e metodologias para aproximar as áreas de atenção básica e saúde mental, visando à melhoria da atenção ao usuário e seus familiares no SUS.

Pensada a partir de seis dimensões, a proposta tem o compromisso de desenvolver e apoiar estudos e pesquisas sobre a formação de atores estratégicos do SUS, especialmente a formação técnica, orientar as ações de educação permanente em saúde e as políticas públicas, fornecer subsídios para a elaboração de estratégias de articulação dos diferentes atores nos territórios, amparar a produção de cursos de Educação a Distância (EaD), com apoio do AVA-SUS, estimular a produção técnico-cientÍfica das ETSUS e disponibilizar publicações relevantes sobre temas de saúde pública.

Os arquivos em PowerPoint apresentados durante a Oficina Nacional da RET-SUS já estão disponíveis para download em nosso site, na área 'Artigos’. Basta clicar no material desejado e o download será iniciado automaticamente.

Por Ana Paula Evangelista, repórter da Secretaria de Comunicação da RET-SUS.

Comentários

Estivemos lá, eu e a diretora da ETSUS Cariri (CE), Luzia Saraiva Rocha. Foi um evento muito proveitoso e que nos deu esperanças de um crescimento dos cursos das ETSUS e, consequentemente, de melhoria nos sistemas de saúde.

Gostaria de fazer o curso, mas não sei onde me inscrever. Será que vocês poderiam me ajudar? Desde já obrigada.

Jacilene,

Os cursos são ofertados de forma descentralizada pelas escolas da RET-SUS em suas regiões de abragência. Para saber informações sobre o curso de seu interesse, orientamos entrar em contato diretamente com a escola da sua região. Para acessar os dados das escolas da RET-SUS, basta clicar no link 'escolas", localizado no menu à esquerda, onde você poderá encontrar a instituição da sua região.

Secretaria de Comunicação da RET-SUS

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