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30/06/2011 Versão para impressãoEnviar por email

Seminário discute força de trabalho em saúde no Ceará

No evento, pesquisadora apresentou dados sobre oferta de cursos técnicos de nível médio

No evento, pesquisadora apresentou dados sobre oferta de cursos técnicos de nível médio

Distribuição e a qualificação do profissional de saúde pública do Ceará, com foco na área técnica, foram os principais aspectos debatidos no  Seminário de Planejamento, Monitoramento e Avaliação da Força de Trabalho em Saúde. O evento, promovido pela Secretaria da Saúde do estado e pela Escola de Saúde Pública (ESP-CE), em parceria com a Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do Ministério da Saúde (SGETS/MS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), aconteceu nos dias 21 e 22 de junho e reuniu cerca de 200 pessoas.

Durante o seminário, foi apresentado o retrato da oferta de vagas no nível técnico em saúde. Responsável pelo levantamento, a diretora geral da Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia, em Sobral (CE), Socorro Dias, ressalta que o curso técnico em enfermagem é o que apresenta a maior oferta de vagas, com cursos em todas as microrregiões de saúde do Ceará.

“A oferta em todas as microrregiões não ocorre com outros cursos, apenas com o de enfermagem. Há algumas hipóteses para isso. Entre os trabalhadores do SUS na área técnica, proporcionalmente falando, há mais funcionários na área de enfermagem. Além disso, há a determinação do Conselho Federal de Enfermagem que pretende extinguir os auxiliares e transformá-los em técnicos, sem contar nas maiores chances no mercado de trabalho”, explica.

Segundo Socorro, o estado oferece 17 dos 28 cursos listados no eixo ‘Segurança, Meio Ambiente e Saúde’ do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos produzido pelo Ministério da Educação. Há dois cursos sendo oferecidos em caráter experimental no Ceará: Técnico em Sistema de Informação em Saúde e Técnico em Cuidado Domiciliar. “Vamos continuar a pesquisa para conhecer melhor a região e subsidiar a gestão da saúde no Ceará”, afirma.

O seminário apresentou o retrato do setor saúde no Ceará, com foco na área técnica, construído pela Coordenadoria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde no Ceará, em parceria com o Projeto de Cooperação Técnica Brasil Canadá. O Observatório de Recursos Humanos em Saúde (ObservaRH), gerenciado pelo Ministério da Saúde, apresentou resultados de pesquisas desenvolvidas por sua representação no Ceará e as experiências a partir da criação das Salas de Situação em todo o Brasil.

De acordo com Maria Ivanilia Timbó, coordenadora da Educação Profissional da ESP-CE, embora a proposta do evento tenha sido discutir a situação da força de trabalho como um todo, não deixou de debater a importância do profissional de nível técnico. Segundo Ivanilia, o número de técnicos no estado chega a 70% da força de trabalho, porém ainda há carência nessa formação.

Serão abertos na ESP-CE 180 vagas para os cursos técnicos de Radiologia (início em agosto), Vigilância em Saúde e Análises Clínicas (setembro), Citopatologia (outubro), Hemoterapia (novembro), além de oito turmas em Técnico de Enfermagem que começam em julho.

“Há demanda de profissionais de saúde devido à construção de três grandes hospitais em cada macrorregião do Ceará, que são Cariri, Fortaleza e Sobral. O estado está construindo também 21 policlínicas e 17 Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs). Mas os cursos foram pensados antes desses empreendimentos”, afirma. 

Participaram do seminário a representante da SGTES, Ana Paula Cerca,  o chefe de gabinete do Governo do estado, Ivo Gomes, o secretário de Estado da Saúde, Arruda Basto, a coordenadora de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ceará, Lúcia Arruda, a superintendente da Escola de Saúde Pública do Ceará, Ivana Barreto, o representante da Opas no Brasil, Félix Rigoli, além do representante da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Ceará, Carlile Lavor.


Por Beatriz Salomão (Secretaria Executiva de Comunicação da RET-SUS)

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