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01/02/2005 Versão para impressãoEnviar por email

ETIS promove avaliação do Profae no Rio de Janeiro

“Aprendendo com o ontem para transformar o amanhã”. Esse foi o tema do seminário realizado pela Escola de Formação Técnica em Saúde Enfermeira Izabel dos Santos (ETIS), do Rio de Janeiro, para avaliar o Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem (Profae) no estado. Nos dias 8 e 9 de dezembro, seis mesas temáticas, compostas por representantes de governo, diretores de escolas técnicas, docentes e profissionais da área apresentaram resultados e discutiram perspectivas delineadas a partir do Profae, que formou aproximadamente 13 mil trabalhadores e capacitou 482 instrutores no Rio, entre 2001 e 2005. A diretora da ETIS, Sonia Maria Alves, explicou que o evento foi organizado com o objetivo de dar uma resposta à sociedade. Porém, mais do que em números, as exposições e debates se concentraram nos impactos qualitativos do Projeto nos serviços de saúde. “O Profae abriu a possibilidade de uma formação profissional com direito à cidadania, já que muitos desses trabalhadores atuavam de forma inadequada, despreparados, sem a formação necessáafirmou Sonia durante sua fala inicial”.

O evento foi organizado de modo a dar voz a todo tipo de instituição envolvida no Projeto, não só às ETSUS. Na segunda mesa de discussão, ‘Contribuição das Escolas na Qualificação da Atenção à Saúde no SUS’, por exemplo, escolas públicas e privadas – como o Centro de Educação em Saúde do Senac, a Escola Técnica Estadual Herbert de Souza e o Centro de Formação Profissional Bezerra de Araújo – mostraram a importância da articulação no âmbito educacional, exemplificando com números e histórias de cada instituição.

De acordo com Sonia Alves, para que a ETIS se tornasse uma instituição reconhecida como estratégica para a Educação Profissional do SUS, foram fundamentais as atuações da sua equipe pedagógica, da enfermeira Izabel dos Santos, que dá nome à Escola e é hoje uma das consultoras do Profae, e da integração entre as secretarias de Educação, de Saúde e os Núcleos deApoio à Docência (NAD), instalados em Instituições de Ensino Superior. Hilton Miguel, coordenador de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, falou sobre a oportunidade de oferecer a complementação do ensino fundamental a 854 trabalhadores. Segundo ele, mais de 30% dos alunos que concluíram a EJA dão continuidade ao ensino médio. “O que colaborou para isso foi a oferta de toda uma infra-estrutura, com material didático específico e um sistema de avaliação condizente. Além do conhecimento das práticas de trabalho, o projeto foi importante para aumentar a sensibilidade do profissional”, acredita.

A valorização das experiências pessoais e profissionais do trabalhador e a importância de um atendimento mais humanizado foram a tônica da discussão ‘Impacto da Formação Profissional no SUS – Resultados e Experiências’, focada nos locais onde aconteceu a descentralização das turmas. No segundo dia do seminário, representantes de unidadesde saúde de quatro municípios fluminenses – Natividade, Cachoeiras de Macacu, Piraí e Itaboraí – e do Hospital dos Servidores do Estado (HSE/RJ) contaram um pouco sobre as atividades em cada região. Maria da Conceição Rocha, da Secretaria Municipal de Piraí, entende que, devido à articulação entre ensino e trabalho, a formação de quem já atua na área é diferente de quem está começando. “Por estarem acostumados com a dinâmica, os profissionais puderam nos ajudar a ver quais eram as carências mais urgentes”, disse. Já para Francisco Bohrer, de Natividade, a experiência do Profae identifica o aluno como um agente multiplicador do saber. E disse mais: “Quem conhece a fundo o dia-a-dia dos setores pode dar sugestões que visem à coerência com as condições de trabalho, como qual a melhor operacionalização dos instrumentos, o que é sentido pelos gestores, professores e alunos”.

A Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Federal Fluminense (UFF) e a Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que sediaram os NADs que ajudaram a ETIS na construção do material didático e na formação dos instrutores do Profae, apresentaram seus trabalhos na mesa ‘Inovações de Estratégia de Formação de Professores para Educação Profissional em Saúde’. Contribuindo com sua experiência na área, o professor Gaudêncio Frigotto, doutor em Educação, foi o convidado da conferência ‘Educação, Trabalho e Formação’. Na palestra, Frigotto enfatizou que uma melhor qualificação depende da educação básica e que a formação técnica tem de estar articulada com um conhecimento amplo. “Educação profissional não é adestramento, ela tem que abordar o científico, o cultural, o histórico, o político e o social”, disse, acrescentando que a formação deve estar associada a uma visão crítica. O debate final do seminário de avaliação, ‘Perspectivas da Educação Profissional para o Setor Saúde’, tratou de diretrizes mais gerais da saúde, a partir tanto de projetos ligados à Enfermagem, como o Profae, quanto de outras áreas.

Marise Ramos, vice-diretora de ensino da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), falou da importância da noção de Integralidade também na formação dos trabalhadores da saúde, tanto no que diz respeito à articulação de saberes quanto à sua função social, na qual todos os profissionais são importantes. “O trabalho, que se constitui como meio para produzir a vida, é organizado de tal forma que se acredita que as pessoas de menor escolaridadedesempenham as atividades mais simples, o que é uma conseqüência da divisão capitalista. É preciso buscar o sentido no nosso trabalho, compreender a vida além da própria comunidade e ir contra qualquer lógica de exploração”, afirmou Marise.

A Coordenadora de Ações Técnicas do Departamento de Gestão da Educação na Saúde (Deges/SGTES/MS), Ena Galvão, fez um balanço das ações do Ministério da Saúde, inclusive junto à Rede de Escolas Técnicas do SUS. Em nível nacional, o MS deu apoio técnico e financeiro na formação de mais 200 mil atendentes de enfermagem, a complementação de 90 mil auxiliares para técnicos e 40 mil trabalhadores participaram da complementação do ensino fundamental. Ena ainda elogiou a atuação da Escola Izabel Santos no contexto da formação em saúde: “A ETIS teve papel importantíssimo na implantação de outras Escolas e é uma das mais visitadas da Rede, onde as outras ETSUS buscam apoio, pois é pioneira no currículo integrado e na visão e implantação da área meio dos serviços do sistema de saúde”.

Trabalhos apresentam diagnóstico do Profae

Comentários

Gostaria de fazer o curso ou um provão para complementação de auxiliar para técnico em enfermagem. Já tenho o auxiliar em enfermagem.

Rosana,

A RET-SUS é composta por 40 escolas técnicas, centros formadores de recursos humanos do SUS e escolas de Saúde Pública que existem em todos os estados do Brasil. Os cursos são oferecidos por cada uma delas, em suas regiões de abrangência. Sugerimos entrar em contato diretamente com a escola da sua região para que possa saber sobre abertura de turma e outras informações relativas ao curso de seu interesse. 

No site da Rede (www.retsus.fiocruz.br), clique no item ‘escolas’ do menu principal, localizado à esquerda da página inicial do site. Escolha a região do Brasil (Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste ou Sul) na qual a ETSUS que você procura se localiza, ou clique no item ‘todas’. Em seguida, você deve clicar no nome da ETSUS do seu interesse. 

Atenciosamente,

Secretaria de Comunicação da RET-SUS.

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